O Conselho
Zona Gaia Norte, celebrou o 25º Aniversário 25 Março 1991, no dia 9
de Abril 2016, um encontro de conferências, do Conselho de Zonas Norte e com esta iniciativa, tivemos como ponto principal do tema, “Regresso às origens e a reunião das conferências e a visita domiciliária”, como moderador no debate o senhor Pe. António Martins-CM, Conselheiro
Espiritual do Conselho Central do Porto. No fim tivemos um pequeno convívio com bolo de aniversário os vicentinos presentes depois de cantarem os parabéns, dirigimos-nos para a Celebração
da Eucaristia em Acção de Graças, na Igreja Paroquial de São Cristóvão de Mafamude- Vila Nova de Gaia.
REGRESSO ÀS ORIGENS
«A reunião das conferências e a visita domiciliária»
Nos Preliminares da Regra lê-se:
“Em
1833, Frederico Ozanam, que estudava em Paris e tinha 20 anos, e alguns amigos
igualmente jovens tiveram, com Bailly, a inspiração de se unirem para o serviço
dos «pobres» da maneira mais humilde e discreta, no enquadramento da sua vida
profissional e familiar de leigos.
Sentiam
em primeiro lugar a necessidade de «dar testemunho» da sua fé cristã mais por
actos do que por palavras. Consideravam seus irmãos os infelizes, quem quer que
fossem e qualquer que fosse a espécie do seu sofrimento. Viam neles Cristo
sofredor. Amavam-nos ao mesmo tempo como homens e como filhos de Deus; e
reconheciam neles não só a sua dignidade de homens confrontados com o mundo e
as suas misérias, mas também a dignidade correspondente àqueles a quem é dado,
em primeiro lugar, o Reino de Deus.
Logo
que entraram em contacto pessoal com os «pobres» viram que a caridade é
inseparável das exigências da Justiça. E, tanto quanto puderam, reivindicaram
justiça para os «pobres». Mas se nem sempre é possível a justiça neste mundo,
quiseram ao menos fazer o que deles, simples estudantes, dependia: dar,
pessoalmente, o que o mais pobre pode dar, a partilha do seu tempo, dos seus
módicos recursos, da sua presença, do seu diálogo, com o vivo desejo de fazer
tudo o que fosse possível para levar um alívio eficaz. Partindo deste diálogo,
aperceberam-se de que, para compreender os pobres, é preciso em primeiro lugar
ser pobre com eles.
Desta
maneira, o que viria a ser a Sociedade de S. Vicente de Paulo não podia senão
chamá-los a um aprofundamento da sua vida espiritual.
Viver
desse contacto pessoal com os que sofrem, vivê-lo unidos em comum e com aquele
espírito, é a própria essência, o carácter original da Sociedade de S. Vicente
de Paulo. Para a época e da parte de leigos, Ozanam e os seus amigos exprimiam
assim uma antecipação profética, haurida nas próprias fontes da Palavra de Deus
e da Tradição cristã.”
Partimos,
pois, deste enunciado para desenvolvermos o nosso tema e constatemos o que
neste texto se diz:
1
– A SSVP nasceu em 1833, no seio de um grupo de estudantes (Frederico Ozanam e
seus companheiros) que se reuniam com o Senhor Bailly, em Paris; Este grupo
tomou a resolução de se unir para o serviço dos pobres, de uma maneira simples
e humilde.
2
– Para isso sentiram a necessidade de darem testemunho da sua fé cristã, mais
por actos que por palavras.
3
– Consideravam-se irmãos dos infelizes quem quer que fossem e viam neles a
Cristo sofredor, amavam-nos como homens e como filhos de Deus e reconheciam
neles a sua dignidade para além das suas misérias.
4
– No contacto pessoal com os pobres viram que a Caridade é indissociável das
exigências da Justiça. Aperceberam-se de que para compreender os pobres, é
preciso em primeiro lugar ser pobre com eles; como estudantes procuraram
partilhar dos seus módicos recursos, visitá-los e fazer tudo o que fosse
possível para levar um alívio eficaz.
5
– Para conseguirem realizar bem este objectivo nasceu neles o desejo e a
necessidade de um aprofundamento da sua vida espiritual.
6
– A essência da SSVP é pois: o contacto pessoal, o espírito de unidade entre os
membros do grupo e verem Cristo no rosto dos pobres.
É,
pois, desta matriz inicial que brota a razão da nossa existência como
vicentinos. Por isso são tão importantes estes três pilares: as reuniões
periódicas da Conferência, a visita aos “pobres” e a formação cristã e
espiritual de cada confrade, pois, “ninguém dá o que não tem”.
1.
As reuniões da Conferência
São
de uma importância vital para a existência e o sucesso das mesmas. Deveriam ter
o ritmo semanal ou quinzenal; mais do que isso é pouco, pois dispersa a
actividade e o encontro entre todos.
A
reunião nem deve ser excessivamente longa nem muito superficial: devia ter a
duração do tempo de uma aula, ou seja 50 a 60 minutos. Deverá começar com as
orações habituais segundo a Regra da SSVP. Logo a seguir um texto de reflexão
para alimentar a espiritualidade dos confrades. A seguir a leitura, a discussão
e a aprovação da acta da reunião anterior. Se há algum assunto ou caso
importante a apresentar, é neste momento que se deve fazer. Em seguida, que
haja uma verdadeira partilha das vivências das visitas ou trabalhos
apresentados por cada confrade. Após a apresentação seria bom haver um diálogo
são e construtivo sobre cada “caso” ou “problema” vivido. Prestes a terminar o
Presidente poderá fazer alguma comunicação ou alguma recomendação. A reunião terminará
com a as orações finais segundo a regra ou alguma oração pela canonização do
Beato Frederico Ozanam.
2.
A Visita Domiciliária
É
importantíssimo conhecer bem a realidade. A dificuldade será a falta de membros
activos que se disponibilizem em tempo e palavra para fazer estas visitas. No
entanto, ver a situação da família carenciada, escutar as pessoas e saber fazer
o ponto da situação para melhor atender e resolver os problemas concretos são
condições para um bom apostolado.
Muitos
dos nossos assistidos são pessoas sós, doentes ou dependentes; fazer um pouco
de companhia, uma vez por semana como não seria tão proveitoso!
Em
vez de chamar as pessoas para virem buscar os cabazes, (os sacos ou dádivas)
muito melhor seria levá-los a casa das pessoas. Sempre haveria tempo para uma
palavrinha de Deus e por Deus.
Nesta
visita o ideal seria, irem dois vicentinos, como os apóstolos de Jesus que
foram enviados dois a dois. Há um melhor acompanhamento e numa tarde, por
exemplo, poderão visitar várias casas e pessoas.
3.A
formação permanente
É
uma exigência dos nossos tempos. Temos que estar informados e esclarecidos em
matéria de fé e de religião. Buscar os meios habituais e ter vontade em saber
mais, valorizar os encontros que já temos como as reuniões semanais ou
quinzenais com vinte minutos de formação e debate de um tema escolhido seria
muito bom.
As
fontes são muitas e os meios disponíveis também. Há que seleccionar e ter
vontade. Poderia fazer-se uma escala entre os vicentinos para que tomassem um
tema, escolhessem uma leitura apropriada e a apresentassem a todos os
elementos. Por exemplo tomar um livro, uma carta pastoral, uma exortação
apostólica do Papa, dividi-la por capítulos ou páginas e em cada reunião
apresentar e dialogar sobre os mesmos.
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