«Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Ajudar "pessoas em situação de pobreza", deve ser sempre um remédio provisório. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho» Laudato Si: página 88.

domingo, 27 de abril de 2014

Vida de Ozanam (XV)

O amolador de foices dedicado aos pobres entusiasma Ozanam

O verão levou Ozanam a Livorno, onde teve a feliz oportunidade de visitar a conferência local que funcionava há dois anos. Gracejava, chamando a peregrinação pelas obras vicentinas de “visita pastoral”.

De fato, por onde passava, ensinava, exortava e animava. Nem todas as conferências eram compostas de doutos e literatos. Uma delas, em Pontedera, era presidida por um amolador de foices. Aquele homem rude, mas dedicado aos pobres, entusiasmou Ozanam.

Dele dizia: “É o presidente mais hábil e interessante que já conheci. Em poucas palavras inteirou-me da situação de sua conferência, descreveu-me as obras realizadas e as dificuldades vencidas, com tanta singeleza e propriedade de expressão que me fascinou o espírito, enquanto seu sotaque florentino me afagava docemente os ouvidos”.


Ozanam insiste e consegue a fundação de duas conferências em Siena

Ozanam ficou acabrunhado ao saber que não havia conferência em Siena. Escreveu ao Pe. Pendola, professor da universidade local. Na carta pedia insistentemente que atraísse os jovens universitários ao ideal vicentino. A resposta demorava e Ozanam insistia. Quinze dias passaram-se sem resultado. Ozanam lamentava-se: “Deus não abençoa mais os meus esforços. Será que Ele já não me quer no seu serviço?”

Nova carta de Ozanam ao Pe. Pendola. Poucos dias depois chegava a Livorno a resposta esperada: “Meu caro amigo. Acabo de fundar duas conferências. Uma no meu colégio e outra na cidade.”

O estado de Ozanam se agrava a cada dia que passa

Os dias do enfermo tornaram-se inalterados. Pela manhã assistia à Missa; depois ficava na varanda, olhando o mar e lendo a Bíblia. Tendo Amélia perguntado qual o maior dom de Deus, ele respondeu: “Paz no coração. Com ela se enfrentam todos os males, mesmo a aproximação da morte.” Falava muito de seus pecados, donde perguntarem se julgava-se grande pecador, ao que respondia: “Não conhecemos realmente a santidade de Deus…” A marcha da doença oferecia altos e baixos. Mas o estado do enfermo tendia sempre a agravar-se. Seus dois irmãos, Padre Afonso e Dr. Carlos, foram chamados a Antignano, para onde Ozanan, havia sido levado, como lugar mais saudável. Ali ainda corrigiu o livro “Peregrinação ao País do Cid” e escreveu comentários baseados nos Salmos, que o Padre Lacordaire publicou com o título “Livro dos Enfermos”. A fraqueza não o permitiu escrever mais. Ozanam havia planejado comungar no dia da Assunção de Maria -15 de agosto. Trouxeram-lhe um carro, que recusou, dizendo dever ser para a Casa de Deus seu último passeio a pé neste mundo. Os habitantes de Antignano olhavam compassivos o “piedoso estrangeiro” andando lentamente, amparado pela esposa. O Vigário que, igualmente, estava moribundo, ao saber que Ozanam iria comungar, fez.se transportar para a igreja e, também, pela última vez, distribuiu a comunhão.

Ozanam agradece a Deus os sofrimentos

Ozanam piorou consideravelmente, concordando os seus em reconduzí-lo à França, que ele desejava rever. No dia 23 de agosto, aniversário de seu casamento, conseguiu um ramo de mirta, que ofereceu à esposa, para o que foi até a varanda iluminada pelo sol poente. Em pé, sustentado pelos irmãos, falou à Amélia: “Espero que, comigo, bendigas a Deus por nossas dores”. E abraçando-a: “Eu agradeço a Ele as consolações que tu me deste”.

Ao deixar a casa onde, por vários dias, admirara com sua esposa as maravilhas da Criação e onde tantos méritos, ganhara para a sua salvação, Ozanam permaneceu no terraço alguns instantes em contemplação. Depois, juntando as mãos exclamou: “Oh! meu Deus! Agradeço-vos os sofrimentos e as aflições que me enviastes nesta casa. Aceito-os como expiação das minhas culpas!” Voltando-se para a esposa, repetiu: “Quero que também bendigas a Deus pelas nossas dores.”


sábado, 26 de abril de 2014

Primeiro ano ao vosso serviço.

No dia seis de Abril, do ano dois e treze, faz precisamente um ano, em plenário do Conselho de Zona Gaia Norte da sociedade de São Vicente de Paulo do conselho Diocesano do Porto o então presidente em exercício, confrade Miguel Castro, apresentou para o substituir o confrade Fernando Maria Neves Teixeira. O confrade ao dirigir-se aos vicentinos presentes agradeceu a escolha e como mensagem: «deixou no convite dizendo que não estará para ensinar nada a ninguém mas, para ajudar» frase deixada que pessoalmente irá marcar o seu mandato.
Espero corresponder dentro dos meus limites nos saberes e no serviço com as conferências, aos pobres, à S. S. V. P. , aos anseios e expectativas dos presidentes que estiveram presentes e, para a qual desde já o meu reconhecimento pessoal e agradecimento a todos.


Ao fim deste ano de mandato, tenho de agradecer aos vicentinos que me acompanham na direcção pela colaboração e ajuda na tarefa de servir a Sociedade de São Vicente de Paulo.
Eu vos agradeço.

A Direcção em Exercício:
Presidente: Fernando Maria Neves Teixeira
Vice-Presidente: Arminda Jesus Leite Marques
Secretária: Anabela Pereira Lima Chaves
Tesoureira: Susana Maria Mocetão Costa
Vogal: Adília Sousa Miranda Pinto
Vogal: Mimosa Rodrigues Guerra
Assistente Espiritual: Diácono Alberto Fernando Dias Teixeira

Conferências do Conselho de Zona Gaia Norte
Divino Salvador de Valadares: Presidente - Paula Cristina Rocha silva
Divino Salvador de Vilar andorinho: Presidente - José Américo M. Oliveira
Nossa Senhora da Hora de Madalena: Presidente - Dulce Conceição Magalhães Lemos
Santa Eulália de Oliveira do Douro: Presidente - Fernando Gonçalves Ferreira
Santa Isabel de Candal: Presidente - Arminda Jesus Leite Marques
Santo André de Canidelo: Presidente - Pedro Miguel Branco Silva
Santo António de Valadares: Presidente - Manuela Mansilha Ribeiro
Santo Ovídeo de Mafamude: Presidente - Joaquim Fernandes Abreu
São Cristóvão de Mafamude Femininas: Presidente - Maria Glória Espirito Santo
São Cristóvão de Mafamude: Presidente - Maria Conceição Silva Pereira
São Francisco Assis de Avintes-Jovens: Presidente - Filipa Alexandra Castanho Ferreira
São Martinho de Vilar de Paraíso: Presidente - Mimosa Rodrigues Guerra
São Pedro de Afurada: Presidente - António Domingos Ferreira Barbosa
São Pedro de Avintes: Presidente - Licinio Tomás Moreira Santos
São Tiago de Oliveira do Douro: Presidente - Maria Arminda Lopes Pereira Mendes


A todos desejo as melhores formas que vós, saibam emprestar os vossos talentos na pessoa do pobre a que São Vicente de Paulo, lhes chama: « os Nossos Mestres»

PAZ & BEM

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sr Vicente e Jeanne

As últimas palavras são sempre as que marcam mais no pensamento de um espectador, recostado a ver qualquer filme. Fica sempre na nossa memória algumas partes ou na sua maioria as imagens que se vê de um filme mas, as últimas palavras, são as mais importantes, a melhor parte do filme pois são as que entendemos melhor, ao fim e longo minutos de cinema. Aqui deixo, talvez, o último dialogo de São Vicente de Paulo com Irmã Jeanne, a serva dos pobres...a filha da caridade:
«Jeanne, senhor.
Aproxime-se Jeanne, eu quis vê-la... pois sei que é corajosa e boa... e que vai aos pobres amanhã cedo.
- Sim, senhor. Nem sempre pude falar a todos... que iam aos pobres a primeira vez. Não fazemos tudo o que devemos. Mas, a você... a menos, a última, eu devo falar.
É importante.
Lembre-se bem, sempre.
- Sim, senhor. Você logo verá que a caridade é um fardo pesado...mais pesado que o prato de sopa e a cesta de pão... mas você manterá sua doçura e seu sorriso.

Não basta dar a sopa e o pão. Isso os ricos podem fazer. 
Você é a serva dos pobres...a filha da caridade...sempre sorridente e de bom humor. 
Eles são seus senhores. 
Verá que são senhores susceptíveis e exigentes. Então, quando mais feios e sujos forem... mais injustos e grosseiros serão...e tanto mais amor você deverá lhes dar. É só por seu amor.... pelo seu amor. só... que os pobres a perdoarão pelo pão que você lhes dá.».