«Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Ajudar "pessoas em situação de pobreza", deve ser sempre um remédio provisório. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho» Laudato Si: página 88.

domingo, 29 de julho de 2018

O PÃO


O PÃO
Jesus come e bebe com uns e com outros, “santos” e pecadores (mais com estes últimos do que com os primeiros). Porquê?
Foi para tentar responder a esta pergunta que há um par de anos atrás (cada vez mais distantes no tempo) um grupo de alunos, desafiados pelo seu professor, se meteram a discutir e aprofundar as “comidas de Jesus” que levam à eucaristia. Não tendo chegado a nenhuma conclusão definitiva, compreenderam que uma refeição, almoçar ou jantar, é MUITO mais que comer (saciar a fome).
Comer é partilhar, comungar, ter parte de…
Partilhar a minha casa que abro para ti e é nossa; partilhar a mesa posta e estar à sua volta; partilhar a comida que tenho, que sendo “minha” (fruto do meu trabalho e da minha família) é dádiva de Deus que contigo partilho; partilhar o vinho, “bebida dos deuses e alegria dos homens”; partilhar partindo o pão que foi amassado com a água do meu poço e com o azeite das minhas oliveiras, cozinhado no forno que aquecia em quanto esperava que a massa levedasse para o poder cozer;  partilhar o convívio que contigo acontece; partilhar e acolher-te no abraço com que te recebo… e saudade quando voltares para a tua casa. 
Por isso é que Jesus come e bebe. Mas não é só convidado! Ele também é anfitrião: atento, solícito. E que melhor cenário para esta refeição oferecida por Jesus que não o céu por teto e a mãe terra como mesa? (Havia muita relva naquele lugar… diz João).
Porquê estes textos tão ricos de significante e de significado, nesta altura do ano em que tanta gente está a partir de férias ou já em pleno gozo de férias? Porque é nesta altura do ano que se ceifa… que se malha o trigo e o centeio… em que a eira cheira a palha e grão! As searas cobrem os campos e pintam o horizonte com o seu tom dourado. E Jesus, atento como sempre, partindo das vivencias experimentadas vai falar do PÃO.
Olhando ao nosso redor, para o nosso país, para a nossa Europa, vemos pessoas a partilhar o “pão”? Sim, vemos. O que se passou esta semana é exemplo disso, tendo-nos feito recordar o que se passou em Portugal há menos de um ano… no entanto também vemos uma hora a fechar fronteiras, a “proteger” o seu “rapazinho que tem cinco pães de cevada e dois pequenos peixes” de outros meninos que vêm para lhe tirar o que tem para comer; o trabalho, que valha-nos Deus já não querem, mas também não deixam ir para outro; o seu modo de vida, diferente do estrangeiro que morre, morria e vai continuar a morrer no Mediterrâneo…
Que o bom Deus, misericordioso e Pai-solicito, nos conceda o dom da generosidade, da partilha e das mãos e braços abertos ao outro….  
Rogério Alves, 29 de julho de 2018

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Precisamos de Santos que usem jeans e ténis


O nosso confrade Renato Lima escreve para o boletim português de junho, lança no final do texto uma reflexão aos confrades e aos jovens como desafio, que a SSVP possa captar jovens para as Conferências e/ou formarem Conferências de Jovens Vicentinos. Neste desafio lembrou o mesmo discurso dirigido aos jovens pelo São João Paulo II: “Precisamos de santos sem véu ou batina. Precisamos de santos de calças jeans e ténis. Precisamos de santos que vão ao cinema, ouvem música, bebem Coca-Cola e passeiam com os amigos”.

Existe um grande trabalho por detrás do CGI, a Vice-presidente Internacional de Juventude, Crianças e Adolescentes tem vindo a produzir inúmeros frutos. Foi estabelecido o dia 4 de julho como “Dia Internacional do jovem da SSVP” para honrar a memória do saudoso Pedro Jorge Frassat, jovem vicentino italiano faleceu aos 24 anos ficando doente após visitar famílias carentes. 
Em Salamanca realizou-se o 2 Encontro Internacional da Juventude da SSVP. Foi dado posse a 12 novos integrantes da equipa internacional geral na definição das estratégias relacionadas com os jovens. 
Tem havido várias videoconferências com debates a questão do jovem inserido nas Conferências e nos Conselhos. O CGI no seu Plano Estratégico prevê no item 3, que trata da juventude, a meta audaciosa de termos jovens na proporção de, pelo menos, 30% dos membros em todos os países. 

No nosso Conselho de Zona, pelos inscritos nos QE em 2016, precisávamos de pelo menos 48 jovens, ou seja, de 3 a 4 jovens distribuídas por cada Conferências.

Qual a metodologia a seguir nos encontros paroquiais:
Como atrair o jovem para a SSVP, há várias estratégias que podemos empreender. Mas a melhor delas é falar sobre Ozanam para os jovens, nos colégios, nas universidades, nos grupos jovens paroquiais e junto dos crismados. Tenho que referir que nos grupos ligados às paróquias a ajuda dos párocos é essencial para refrescar as mais antigas ou como alternativa haver uma conferência de jovens por paroquia.

Falar de Ozanam para os jovens é fundamental dizer-lhes que ele, viveu a vida plenamente: estudos académicos, amizades sinceras, namoro e casamento, mercado de trabalho, família, vida na igreja, presença na SSVP, atuação social, etc.

Ozanam é um exemplo para os jovens do século XXI e acima de tudo ele é exemplo para a humanidade, pois ele foi aquele católico fiel, bom filho, pai amoroso, bom esposo, excelente profissional e protagonista social do bem comum (ao ser considerado o principal precursor da Doutrina Social da Igreja Católica). Frederico Ozanam é o nosso referencial e “modelo possível” de viver a santidade! Temos o dever de partilhar os nossos saberem com os jovens para que estes possam também disfrutar dos benefícios espirituais de ser vicentino, será esse o seu papel em cada comunidade; difundir a figura do bem-aventurado António Frederico Ozanam.

Ozanam, sempre comentava com os jovens, sobre a experiência as lembranças dele dos tempos de estudante: “É feita para nós, diariamente, a mesma pergunta: até quando iremos praticar, dentro das associações católicas, esse tipo de caridade chamado de ‘caridade do copo d’água’? O que faremos para mudar isso, mostrando que não basta aliviar a miséria, mas, sobretudo, secar as fontes de onde emana esta miséria?” 
Ozanam sempre lutou para que a juventude vicentina tivesse uma prática social muito mais comprometida, na defesa da dignidade e pela acolhida generosa juntos dos mais pobres das [pessoas em situação de pobreza], como tem vindo a defender o presidente da rede EARN no combate à pobreza e exclusão social.

Mas, como dizia a SSVP precisa muito dos jovens e precisa de verdade. A Sociedade foi fundada por jovens! O jovem é a renovação da Sociedade de São Vicente de Paulo. As ideias, propostas, inquietações da jovem e jovem vicentino devem ser acolhidas pelos Conselhos e pelas Conferências como um “verdadeiro presente de Deus”. O jovem vem para somar e melhorar com s sua criatividade e inovação e nós precisamos da sua generosidade mesmo com as nas “suas imprudências”, para aperfeiçoar as atividades, os programas, os projetos e as iniciativas adotadas pelos Conselhos e pelas Conferências. 

A este Conselho de Zona cabe a tarefa de dinamizar e incentivar as Conferências Vicentinas a saírem de alguma dificuldade que por ventura sintam no diálogo nas reuniões de Conferência, com os seus Conselheiros ou Assistentes Espirituais, não deixar de abordar o tema, contando sempre com eles, para que em conjunto possam ajudar na captação de jovens vindos do Crisma, entre outros grupos de ajuda-fraterna, no princípio do Ano Pastoral denominado “Todos Discípulos – Missionários” a reforçar ou iniciarem uma nova experiência como vicentinos ou criar novas Conferências de Jovens Vicentinos.

A direção faz o convite a todos os vicentinos do Conselho de Zona neste período descanso, entrar mais reforçados fisicamente e encher os pulmões de Espírito Santo que vos anima a trilhar caminhos em missão à santidade. Precisamos de vicentinos mais santos mesmo que andem de sapatilhas…


  



terça-feira, 10 de julho de 2018

Meditação para Férias « O Dia do Senhor»


REFLEXÃO AOS VICENTINOS PARA AS FÉRIAS

Ao ler o texto sobre o 1 Dia da Semana lembrei-me parte da homilia do Pe. Jorge do Evangelho, 2.º S. João 20,19-31, a Importância do 1º Dia da Semana -  Domingo e refere em determinada altura: Deus está à nossa espera ao Domingo pois se nos dá sete dias por semana e vinte e quatro hora por dia, talvez arranjemos duas horas por semana de oração e encontro com o Senhor.
Aproveitemos este intervalo com a família que escolhemos para descansar, aproveitemos o poder da Meditação, (que exemplo nos deixam os budistas muito recente) façamos todos nós nesta meditação para aparecemos melhor preparados no novo Ano Pastoral 2018-2019 que a igreja nos vai fazer um convite: «Todos Discípulos Missionários»  

La Capilla del Hombre. (a capela do homem) OSWALDO GUAYASAMÍN (1919-1999)

É a história que o garante: o «dies Domini» ou «dies dominica», o Dia do Senhor, o Domingo, é o dia 1 da Ressurreição, o dia da Eucaristia e da Assembleia, o dia que diz e faz a Igreja.
A Lei fizera o Sábado, mas o Domingo criaram-no os cristãos, olhos postos na Ressurreição de Jesus. O Domingo é o fruto histórico e temporal da Páscoa.
Na Igreja, é assim que se faz Teologia, porque a Igreja é o lugar onde a Fé trabalha os «materiais» (as pessoas, as coisas, os casos e as questões, os símbolos e os sinais), onde a Esperança aponta o Futuro e a Caridade anima os Irmãos com os olhos na Cidade de Amanhã.
Por isso a Igreja é capaz de rupturas, de cortar com o Passado, reinventando o Presente na mira do Futuro e na fidelidade às coisas essenciais. A Igreja rompeu com o Sábado do passado judaico e criou um Tempo Novo, mais do que um «primeiro dia» um «oitavo dia», um «dia a seguir ao Sábado», sinal antecipado e imagem do tempo Futuro (S. Basílio, sec IV).
Por tudo isto, o «primeiro dia da semana» foi desde o início uma referência fundamental para a Comunidade primitiva. Porque foi no «primeiro dia da semana» que o Senhor ressuscitou.
Veio a ter nome próprio este dia. Ficou o 1º da semana. Os Judeus chamavam-lhe o Sabat (o dia do descanso ou de Iavé), povos havia que o diziam dia do Sol, mas desde o princípio que para os cristãos foi sempre o primeiro dia da semana, pois que a ressurreição do Senhor, acontecida exatamente no «primeiro dia da semana» e não no último, marca e consagra a rutura com o universo e a prática religiosa do Antigo Testamento.
Os escritos do Novo Testamento – as primeiras reflexões levadas a cabo nas comunidades do início – dão conta disto mesmo: não é por acaso, por exemplo, que o Ressuscitado «aparece» invariavelmente no «primeiro dia da semana».
Por isto é que o Domingo é tão importante para os cristãos. E vamos lá entender-nos: o domingo é assim não por causa da Eucaristia que neste dia se celebra; a Eucaristia é que se celebra preferentemente neste dia por causa da importância do Domingo.
Por isso, este dia, «ordena e persuade o Povo a ser fiel em reunir-se, a fim de que ninguém diminua a Igreja por deixar de frequentá-la e assim o Corpo de Cristo não fique privado de nenhum dos seus membros» (Didascália, escrito do séc. III).
«Nós não podemos privar-nos da assembleia dominical… não podemos passar sem o Domingo», argumentavam no séc. III os Mártires do Domingo que resistiram até à morte ao decreto do imperador Diocleciano que proibia a sua observância.
Os tempos eram outros. Sabemos quanto o Domingo moderno se carregou de atrativos e chamarizes: do espetáculo ao desporto, da vida ao ar livre às possibilidades trazidas pela mobilidade moderna.
Eu penso, no entanto, que o Domingo está a morrer. Está a morrer o seu lado celebrativo cristão e está a morrer porque a Igreja ainda não pegou no tema “Quem para presidir à celebração da Eucaristia no primeiro dia da semana?”. 
Ma o domingo será a nossa marca distintiva. Queiramos ou não.
Há muitos anos já, de visita a um país não católico, quando me informei se e a que horas havia missa no dia seguinte, um domingo, disseram-me que às sete da manhã. Não me agradou muito a perspetiva de me levantar de madrugada, mas lá fui. Quando cheguei, encontrei um pequeno núcleo de cristãos: apenas 17. E só depois percebi tudo. País muçulmano que era, o dia sagrado defendido pela legislação civil era a nossa 6ª feira; no entanto, no «primeiro dia da semana», antes do trabalho, fábrica ou escritório, os 17 cristãos da cidade, na igrejinha católica que eu procurara, reuniam-se às sete da manhã para celebrar a Ressurreição do Senhor!
Pe. Arlindo Magalhães


domingo, 8 de julho de 2018

O que se constrói edifica-se.


O que se constrói não se derruba mesmo na esperança que um naufrágio, um terramoto abale as mentes e a terra. Mesmo numa desgraça dum naufrágio nao devemos deixar de ter a Esperança que volte. Num terramoto as pessoas voltam a renascer entre escombros pois sabendo que tem alguém a espera para abracar.
A isto se chama; Esperança...
Como na vida de cada um passa sempre por duas coisas: sentamos frente a frente, olhos nos olhos e dizer: desculpa vamos recomeçar porque quero ter Esperança!.
Existe sempre esperança, é preciso lutar por ela e não pensar que depois, dizemos nós; há temos Deus, ele troca o mal pelo direito. Não esqueçamos disto que poderei dizer aos egoísmos; Deus, não apaga fogos não e nenhum bombeiro...
Ter esperança é o mesmo que ter fé.
Ter Fé é o que nos dá o Dom do espírito de vida em harmonia com o homem e com Deus, porque o que Deus constroi ninguém consegue derrubar a sua vontade.
Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho, porque o remendo repuxa o vestido e o rasgão fica maior.
Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás, os odres rebentam, derrama-se o vinho e perdem-se os odres. Mas deita-se o vinho novo em odres novos e assim ambas as coisas se conservam».

quinta-feira, 5 de julho de 2018

JOVENS ONTEM, ESCOLHAS HOJE

"Jovem ontem, escolhas hoje"
No dia 4 foi lembrado um jovem vicentino que aos 24 anos Deus chamou-o para sua companhia, de Turim bem cedo seguiu a cultura e costumes herdado pelos pais. Bem cedo preocupado salta do seu leito e pergunta à sua Mãe:
Mamã, Jesus era órfão?
A Mamã de "Dodo" como era tratado na familia, preocupada e admirada responde;
Não meu filho.
Jesus tinha um Pai no céu e outro na terra.
Descansado, voltou a dormir.
Jovem pela seu gosto de estar na vida dedica-se a esquiar, no rapel e la no alto a jejuar dizendo que se não são os maia fortes como podia ser os mais fracos! Cá embaixo nas calçadas nas ruas paralelos a praticar Caridade sem desculpas ou disfarces.
Um jovem pode-se dizer, bem parecido, forte e de um caráter forte e de palavra.
Penso que os jovens de hoje, sem deixar de pratica de desportos ou outros gostos vejam nele; Pedro Jorge Frassat um jovem eleito por opção de vida e guia. 
Por isso empurro aos jovens de hoje:
Nao temam medo;
Sejam duros nas vontades;
Sejam solidários com os animais como foi SFA.
Façam escolhas saudável e não se transformem em cópias importadas.
Arrisquem ser homens de princípios na Fé, vos dá o sustento espiritual tão necessária, que vos dá força no caminho.
Acima de tudo; não copiem outros hábitos que nao sejam vossos por escolha.
Mostrem o ADN de palavra, honra, honestidade, de Amor com o próximo é o amor devido a Deus.

Como nos diz o 16 presidente Renato Lima e com toda a necessidade nos tempos presentes e, referindo-se ao Papa João Paulo II num encontro com jovens: «Precisamos de santos sem véu ou batina. Precisamos de santos de calças de jeans e ténis. Precisamos de santos que vão ao cinema, ouvem música, bebem coca-Cola e passeiam com os amigos»
Bem hajam...