«Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Ajudar "pessoas em situação de pobreza", deve ser sempre um remédio provisório. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho» Laudato Si: página 88.

sábado, 29 de dezembro de 2018

Perspetivas da SSVP para o ano de 2019


Perspectivas da S.S.V.P. para o ano de 2019



Para a Sociedade de São Vicente de Paulo no mundo inteiro, o ano de 2019 reserva novidades que movimentarão todos os Conselhos Nacionais, e também o próprio Conselho Geral. Logo no início da temporada, haverá, no Panamá, o Encontro Internacional de Jovens Vicentinos, alguns dias antes da Jornada Mundial do Papa com os jovens. Centenas de membros da SSVP participarão desse importante evento.
No final do mês, no dia 31 de janeiro, será lançada a Carta-Circular do Presidente Geral, contendo uma série de informações a respeito do trabalho vicentino e, acima de tudo, compartilhando ideias, impressões e vivências. Temos a certeza de que a Carta-Circular terá grande repercussão no âmbito das Conferências e entre os vicentinos e vicentinas.
Em 8 de fevereiro, será lançado o Concurso Literário Internacional “A Primeira Conferência”, focado no Ano Temático Internacional de Paul Lamache, um dos sete “pais fundadores” que tiveram a inspiração divina de fundar, em 1833, a Sociedade de São Vicente de Paulo. Serão concedidos quatro meses para que os interessados possam preparar suas redacções com até 15 páginas sobre a biografia de Lamache.

Em junho, o Conselho Geral estará realizando, na cidade do Porto (Portugal), sua reunião plenária anual, com a presença dos presidentes dos Conselhos Nacionais dos países que representam 85% de todo o contingente vicentino do mundo. Este ano, o Conselho estará celebrando 180 anos de existência, e na ocasião será divulgada a canção “Os Sete Fundadores”, em português e espanhol (para as demais línguas, será lançado um concurso internacional). Também será entregue, pelo segundo ano seguido, a Medalha “Caridade na Esperança”, em reconhecimento a alguma instituição que exerça um relevante serviço humanitário.

A plenária, que durará uma semana, contará com a promoção de uma série de reuniões de trabalho, entre elas: Estrutura Internacional, Direcção do Conselho Geral, Secção Permanente, Comité Executivo Internacional e, pela primeira vez, será feito um workshop sobre os bazares vicentinos. Esses bazares contendo produtos de segunda mão são uma iniciativa muito comum em diversos países, como forma de renda adicional para a SSVP, ao mesmo tempo em que ajudam às pessoas carentes a adquirirem roupas, móveis e calçados a preços quase simbólicos.

Em julho, deveremos ter uma audiência na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque (EUA), quando será entregue um relatório das actividades e projectos da SSVP pelo planeta.
Em setembro, haverá a visita à tumba de Paul Lamache, situada na cidade de Grenoble (França). Desde o início deste mandato, já foram visitadas as tumbas dos confrades Ozanam, Bailly de Surcy e Lallier, sendo este projecto uma iniciativa que percorrerá os sete locais onde repousam os restos mortais de nossos fundadores.

Em novembro, a reunião do Conselho Geral será em Milão (Itália), terra onde Ozanam nasceu. No mesmo mês, será realizado o Encontro “Panasco 9”, em Hong Kong (China), ocasião em que as lideranças da Ásia e da Oceânia estarão reunidas para discutir formas de melhoria da actuação vicentina. Também em novembro os jovens vicentinos da Oceânia estarão promovendo um seminário territorial.

Na área da comunicação, o Conselho Geral vai lançar o “Manual de Aplicação da Logomarca Internacional da SSVP”, que sofreu leve modernização na reunião de Salamanca, em 2018. Também está sendo preparado um novo vídeo institucional, numa linguagem jovial e atractiva, contendo as estatísticas e as actividades da SSVP pelo planeta.

Sobre a expansão da Sociedade em novos países, o Projecto “SSVP Plus” pretende alcançar outros territórios, ampliando a rede de caridade sonhada por Ozanam. Esse projecto possui orçamento próprio e metas bastante ousadas. Há alguns países que poderão contar com a SSVP em breve, como as Ilhas Cayman, a Grécia, o Gabão e o Marrocos, apenas para mencionar alguns exemplos.

Na área da formação e treinamento, outros módulos do “Programa Universal” deverão ser lançados, assim como novos livros e um “Guia Rápido” contendo orientações para o trabalho das Conferências, além de um código de ética sobre uso das redes sociais e também um protocolo sobre o crowdfunding (plataforma de arrecadação de recursos) pela internet.

Estas são as principais acções em marcha pelo Conselho Geral Internacional para 2019, e pedimos a todos suas orações para que Deus nos abençoe e nos permita atingir todos esses objectivos, para a honra e glória do Senhor, e em favor dos mais necessitados. Agradecemos a todos os vicentinos e vicentinas que servem na Estrutura Internacional da SSVP pela doação de seus talentos e pela demonstração de elevado espírito vicentino ao exercer esse ministério. Estou muito feliz de poder ser o Presidente Geral de todos os vicentinos e vicentinas da SSVP pelo mundo. Peço suas orações por mim e por minha família.

Cfd. Renato Lima de Oliveira
16º Presidente Geral


NOTA EM RODAPÉ:
São algumas notícias que vão ser dadas durante 2019, do interesse de todos os vicentino(a)s.
Para dar conhecimento nas reuniões podem sublinhar todo o texto acima com o rato e copiar numa folha de Word, fazer guardar como e depois imprimir.

QUEM TIVER DIFICULDADE EM PROCEDER EM GUARDAR, INFORMAR ESTE CONSELHO.
Quem quiser ler a notícia podem, clicar na hiperligação  ( https://famvin.org/pt/2018/12/29/perspectivas-da-ssvp-para-o-ano-de-2019/ )

DESEJO A TODOS UMA BOAS ENTRADAS NO ANO 2019.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O.V.A.R. «porto de abrigo» para os reclusos

Direitos Humanos: Marcelo Rebelo de Sousa enaltece ação de Obra Vicentina que é «porto de abrigo» para os reclusos

Instituição católica  foi distinguida pela Assembleia da República
Lisboa, 10 dez 2018 (Ecclesia) – A Assembleia da República distinguiu hoje a Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos (OVAR) com o Prémio Direitos Humanos 2018, no contexto dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O presidente da República Portuguesa, que marcou presença na cerimónia, salientou que “nenhuma democracia pode considerar-se plena nem sequer duradoura se por ela não tiver democratas a trabalhar”.
“Nenhum Estado de direito pode encarar com sobranceria a tarefa cívica da sua constante afirmação por palavras, mas sobretudo por atos”, frisou Marcelo Rebelo de Sousa, que neste contexto elogiou o papel desempenhado pela Obra Vicetina de Auxílio aos Reclusos na sociedade.
Um trabalho “que nos recorda nestes dias, mais do que nunca, que não há nada nem ninguém que pode sacrificar direitos fundamentais de cidadãos que são iguais na essência da sua cidadania e na sua dignidade como pessoas, a todos os demais portugueses”, sustentou.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, no final da sessão no Parlamento português, o presidente da OVAR sustentou que este prémio veio reforçar que “a vivência cristã é necessária nas prisões”, e por isso mesmo deve ser também uma aposta mais efetiva da própria Igreja Católica.
“A exemplo do que já acontece em muitos outros países, porque é que em Portugal a esmagadora maioria das dioceses não tem pastorais penitenciárias?”, questionou Manuel Hipólito dos Santos.
Sobre os desafios que rodeiam o trabalho feito pela OVAR, aquele responsável realça um meio onde “falta quase tudo”, desde uma “reinserção social efetiva” ao cuidado a ter com os laços afetivos que o recluso deixa no exterior, que serão sempre o seu suporte principal depois de cumprir a pena.
“A prisão é um grave contributo para as roturas familiares, que é sempre um ato que lesa profundamente toda a vivência de qualquer pessoa na sociedade”, alertou o presidente da OVAR, que defendeu ainda a necessidade de “uma mudança profunda no tratamento das drogas e da pobreza”, duas das “maiores” causas para a queda na marginalidade.

Fundada em 1969, a Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos é uma obra especial do Conselho Central do Porto da Sociedade de S. Vicente de Paulo, entre as mais de 300 conferências vicentinas que aquela diocese integra.
A organização conta com o contributo de 11 pessoas, voluntários e voluntárias, que visitam semanalmente os diversos estabelecimentos prisionais da região, desde Paços de Ferreira a Santa Cruz do Bispo, passando por Custóias e Vale do Sousa.
“O nosso trabalho fundamental é ouvir, é escutar. Os reclusos têm uma necessidade de ter alguém que os ouça, sem estarem comprometidos com o sistema repressivo da prisão. E nós, tal como as visitas familiares que neste momento estão muito em causa com a greve dos guardas prisionais, representamos ali uma espécie de porto de abrigo”, completou Manuel Hipólito dos Santos.
Durante a cerimónia de entrega do Prémio Direitos Humanos 2018, na Assembleia da República, Manuel Hipólito dos Santos apontou várias problemáticas ao contexto dos estabelecimentos prisionais e da Justiça em Portugal.
A ausência do direito generalizado à própria defesa, por parte dos reclusos, as situações em que a permanência na prisão excede os 25 anos previstos – “o tempo médio de cumprimento de pena em Portugal é o triplo da União Europeia”, denunciou o presidente da OVAR – ou a retenção indevida do dinheiro do trabalho dos reclusos.
Também dramas relacionados com “as alegações de prática de tráfico de drogas e bens, de homossexualidade forçada, de violações, roubos, violências, de chantagens sobre as famílias, de autoritarismo e prepotência”, que mostram que as prisões subsistem como “instituições retrógradas, arcaicas, medievais e violentas”, apoiadas “numa parte da opinião pública que apela à vingança, à repressão” contra quem errou.
O Estado de direito não pode ficar à porta das prisões”.
O coordenador nacional de Pastoral Penitenciária em Portugal, por sua vez, destacou a atribuição deste prémio à OVAR como “um reconhecimento da sociedade civil ao trabalho que a Igreja Católica faz, através dos seus diversos grupos presentes nas prisões”, e “um estímulo muito grande para todos os que trabalham nas cadeias a nível nacional”.
“A OVAR tem feito já desde há muitos anos um trabalho formidável, de presença, em várias cadeias do norte do país, um trabalho de persistência, de humanização das prisões, de socialização, de integração, numa ligação grande não só com os reclusos e com o estabelecimento prisional, mas com as famílias”, frisou o padre João Gonçalves.
A Assembleia da República atribui desde 1999 o “Prémio Direitos Humanos”, com o objetivo de “reconhecer o alto mérito de organizações não governamentais ou do original de trabalho literário, histórico, científico, jornalístico, televisivo ou radiofónico, que contribuam para a divulgação ou o respeito dos direitos humanos”.
Destina-se ainda a destacar iniciativas que contribuam para denunciar a “violação” destes direitos, “no país ou no exterior”, de “autoria individual ou coletiva de cidadãos portugueses ou estrangeiros”.
Na sessão comemorativa dos 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos, e dos 40 anos da adesão de Portugal à Convenção Europeia dos Direitos Humanos, a Assembleia da República Portuguesa atribuiu também medalhas de ouro a pessoas e instituições da sociedade civil, pelo papel que desempenham na defesa da dignidade dos mais desfavorecidos.
A Associação ‘Letras Nómadas’, um organismo empenhado na investigação e dinamização das comunidades ciganas, no contributo para a sua integração e educação, na eliminação ou atenuação de barreiras e divisões.
A presidente Olga Mariano defendeu no Parlamento a urgência de combater o “apartheid” que marca não só a relação com a comunidade cigana, mas com outras etnias em Portugal.
A Orquestra Geração, vocacionada para combater o insucesso e o abandono escolar através do ensino da música.
“Orgulhamo-nos que através do nosso projeto, se certifique oficialmente, talvez pela primeira vez, o papel da música na construção de um cidadão total, capaz de perceber, gozar e defender os valores expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos”, referiu António Wagner Diniz, em representação deste projeto.
A jornalista Joana Gorjão Henriques também foi distinguida, pelo seu trabalho de reportagem relacionado com os direitos humanos, e pela obra Racismo em Português, em particular da sua segunda série, intitulada ‘Racismo à Portuguesa’.
“Enquanto eu receber prémios e medalhas por estes trabalhos, a nossa missão como sociedade estará errada, e estará errada enquanto esta casa não criar leis que ajudem a combater a desigualdade e o racismo. Queremos ser uma sociedade falhada? E se não for agora, quando é que vamos mudar?”, interpelou.

sábado, 8 de dezembro de 2018

" Thor, São Bonifácio e a origem da árvore de Natal "


Thor, São Bonifácio e a origem da árvore de Natal


Quando pensamos em um santo, talvez em um primeiro momento não consideramos que essa pessoa seja ousada, empunhe um machado, um martelo ou que derrube árvores como os carvalhos. Entretanto, existe um santo assim, conhecido como São Bonifácio.

Este santo nasceu na Inglaterra por volta do ano 680. Bonifácio ingressou em um mosteiro beneditino antes de ser enviado pelo Papa para evangelizar os territórios que pertencem a atual a Alemanha. Primeiro foi como um sacerdote e depois eventualmente como bispo.
Sob a proteção do grande Charles Martel (conhecido como Carlos Magno), Bonifácio viajou por toda a Alemanha fortalecendo as regiões que já tinham abraçado o cristianismo e levou a luz de Cristo àqueles que ainda não o conheciam.
A respeito deste santo, o Papa Bento XVI disse no ano 2009 que “seu incansável trabalho, seu dom para a organização e seu caráter flexível, amigável e forte” foram fundamentais para o sucesso das suas viagens.
O escritor Henry Van Dyke o descreveu assim, em 1897, em seu livro The First Christmas Tree, (A primeira árvore de natal): “Que pessoa tão boa! Que boa pessoa! Era branco e magro, mas reto como uma lança e forte como um cajado de carvalho. Seu rosto ainda era jovem; sua pele suave estava bronzeada pelo sol e pelo o vento. Seus olhos cinzas, limpos e amáveis, brilhavam como o fogo quando falava das suas aventuras e das más ações dos falsos sacerdotes aos quais enfrentou”.
Aproximadamente no ano 723, Bonifácio viajou com um pequeno grupo de pessoas na região da Baixa Saxônia. Ele conhecia uma comunidade de pagãos perto de Geismar que, no meio do inverno, realizavam um sacrifício humano (onde a vítima normalmente era uma criança) a Thor, o deus do trovão, na base de um carvalho o qual consideravam sagrado e que era conhecido como “O Carvalho do Trovão”.
Bonifácio, acatando o conselho de um irmão bispo, quis destruir o Carvalho do Trovão não somente a fim de salvar a vítima, mas também para mostrar àqueles pagãos que ele não seria derrubado por um raio lançado por Thor.
O Santo e seus companheiros chegaram à aldeia na véspera de Natal, bem a tempo para interromper o sacrifício. Com seu báculo de bispo na mão, Bonifácio se aproximou dos pagãos que estavam reunidos na base do Carvalho do Trovão e lhes disse: “Aqui está o Carvalho do Trovão e aqui a cruz de Cristo que romperá o martelo do Thor, o deus falso”.
O verdugo levantou um martelo para matar o pequeno menino que tinha sido entregue para o sacrifício. Mas, o Bispo estendeu seu báculo para impedir o golpe e milagrosamente quebrou o grande martelo de pedra e salvou a vida deste menino.
Logo, dizem que Bonifácio disse ao povo: “Escutai filhos do bosque! O sangue não fluirá esta noite, a não ser que piedade se derrame do peito de uma mãe. Porque esta é a noite em que nasceu Cristo, o Filho do Altíssimo, o Salvador da humanidade. Ele é mais justo que Baldur, maior que Odim, o Sábio, mais gentil do que Freya, o Bom. Desde sua vinda, o sacrifício terminou. A escuridão, Thor, a quem chamaram em vão, é a morte. No profundo das sombras de Niffelheim ele se perdeu para sempre. Desta forma, a partir de agora vocês começarão a viver. Esta árvore sangrenta nunca mais escurecerá sua terra. Em nome de Deus, vou destruí-la”.
Então, Bonifácio pegou um machado que estava perto dele e, segundo a tradição, quando o brandiu poderosamente ao carvalho, uma grande rajada de vento atingiu o bosque e derrubou a árvore, inclusive as suas raízes. A árvore caiu no chão, quebrou-se em quatro pedaços.
Depois deste acontecimento, o Santo construiu uma capela com a madeira do carvalho, mas esta história foi muito além das destruições da poderosa árvore.
O “Apóstolo da Alemanha” continuou pregando ao povo alemão que estava assombrado e não podia acreditar que o assassino do Carvalho de Thor não tivesse sido ferido por seu deus. Bonifácio olhou mais à frente onde jazia o carvalho e assinalou um pequeno abeto e disse: “Esta pequena árvore, este pequeno filho do bosque, será sua árvore santa esta noite. Esta é a madeira da paz…É o sinal de uma vida sem fim, porque suas folhas são sempre verdes. Olhem como as pontas estão dirigidas para o céu. Terá que chamá-lo a árvore do Menino Jesus; reúnam-se em torno dela, não no bosque selvagem, mas em seus lares; ali haverá refúgio e não haverá ações sangrentas, mas presentes amorosos e gestos de bondade”.
Desta forma, os alemães começaram uma nova tradição nessa noite, a qual foi estendida até os nossos dias. Ao trazer um abeto a seus lares, decorando-o com velas e ornamentos e ao celebrar o nascimento do Salvador, o Apóstolo da Alemanha e seu rebanho nos mostraram o que hoje conhecemos como a árvore de Natal.

Vídeo de Maria Nossa senhora, clique no link: https://youtu.be/ifCWN5pJGIE

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

II Congresso Nacional da S.S.V.P.


II CONGRESSO NACIONAL DA SOCIEDADE DE S. VICENTE DE PAULO
FÁTIMA, 27 E 28 DE OUTUBRO DE 2018

Aproveito para introduzir como decorreu o congresso para informar algumas partes descrita no Boletim Português de novembro para quem não pode estar presente em Fátima nos dias acima.
O Congresso decorreu no Consolata Hotel tendo como tema geral: “Carisma Vicentino – Que perspetivas e desafios para o futuro”, convocado pela Associação S.S.V.P – Portugal (Conselho Nacional de Portugal), no sentido de encetar novos caminhos e renovar o ânimo e o espírito das Conferências Vicentinas em Portugal. A sessão foi presidida por sua Ex. Ver., D. Augusto César Alves Ferreira da Silva, Bispo Emérito de Portalegre e Castelo Branco, ladeado pela presidente Nacional, Alda Maria Couceiro e pelo Confrade Francisco Ruiz Holegado, Presidente do Conselho de Zona de Cádiz / Espanha representante do Presidente Geral Internacional da S.S.V.P. por seu intermédio, enviou ao Congresso uma Mensagem. Para além destes acima estiveram presentes pela família Vicentina; Padres da Congregação e Filhas da Caridade entre muitos vicentinos e vicentinas, que depois da saudação e oração iniciais foi dado início o congresso.
Os temas foram divididos em quatro painéis e debates e, pela sua importância da exposição focarei neste artigo só o primeiro painel, remetendo para as leituras aos 2 até ao 4 painel em debate no B.P que é distribuído aos presidentes das conferências, esperando que sejam facultadas para consulta…
Ao primeiro painel tivemos como moderador o Dr. Paulo Rocha da Agencia Ecclesia e como orador o Prof. Dr. Juan Ambrósio agradecendo o convite informando que embora não sendo um vicentino teve a sua vantagem ao ler a Regra e os Princípios Fundamentais da SSVP, concluiu que o seu trabalho foi facilitado pelas inúmeras pistas encontradas, importando saber se os vicentinos estão no caminho certo e a fazer o que devem e como devem, à luz do espirito de serviço que os anima. O orador colocou a questão acerca da oportunidade do Carisma Vicentino no mundo atual, face às alterações socioeconómicas verificadas. Vale a pena continuar em conformidade com Carisma inicial? Ainda é válido ou precisa de ser reformulado? Questionou o orador.
A experiência do encontro dos vicentinos, através da visita domiciliária, tem que ser com Jesus Cristo porque não há cristianismo sem encontro com Deus, Senhor e Pai, pois o encontro tem que ter as duas vertentes: Deus e o ser humano, porque servir a Deus, nos remete de imediato para o serviço ao Homem dos nossos dias, deixando de ser um cristianismo burguês, fechado em si mesmo e longe da realidade do mundo atual. O desafio que se coloca hoje à S.S.V.P. e pela razão atrás explicita, é que não repense o seu futuro a partir de si, do seu interior, mas incumbe e que a Regra Vicentina consagra como se Carisma: Sair de si e ir ao encontro dos homens. A missão que incumbe a Igreja, carateriza-se com o seguinte tripé: Anúncio da palavra, celebração da fé e vivência da caridade, funcionando as três em simultâneo, como experiência de comunhão, fundamental na Missão da igreja.
Maia adiante o convidado afirma: Sobre o que a Regra Vicentina diz do compromisso vicentino, o trabalho vicentino não é somente ajudar o pobre quando ele precisa, mas antes prevenir as situações antes delas acontecerem, questionando a Assembleia sobre esse compromisso, respondendo com um exemplo prático, disse o Prof. Juan Ambrósio: “ Os vicentinos não devem somente tirar a água do navio que se está a afundar, devem antes prevenir que o navio se afunde pelas causas que originam a entrada da água, isto é, lutando contra as causas que originam a pobreza, sendo justos e procurando a justiça”, O orador questionou se todos não andamos a servir os pobres somente para subirmos mais uns degraus na direção do céu …
Que traços especiais distinguem a S.S.V.P. de outros movimentos?
Sendo a S.S.V.P. uma associação de leigos, que brota da dinâmica batismal, não tem que obedecer a ninguém. Os vicentinos têm de ser adultos e a sua condição batismal legitima as ações e as iniciativas e traçam caminhos, pelo que a hierarquia da Igreja não tem que se lhes opor, sendo cristão no coração do mundo, em comunhão com toda a comunidade e com a Igreja. O orador prolongou-se um pouco mais sendo importante a sua apresentação do tema:
A SSVP é uma sociedade de espírito jovem, mas aos jovens falta-lhes a sabedoria e a experiência que é necessária para enfrentar os problemas no futuro, mas não pode deixar de ser ousada e criativa, que são notas caraterísticas da juventude, que perscruta a traça caminhos novos, procurando ser espaços de aprofundamento da esperança cristã e de crescimento para os jovens.   A SSVP necessita de uma estrutura de identidade, vinda de fora. Parece que a estrutura atual é pesada. Não poderá haver uma Regra menos desenhada?
Uma Igreja poliédrica, (vidro fino e transparente, limpidez), exigindo de todos responsabilidade, em obediência ao Evangelho, segundo o Papa Francisco, que quer dizer discernir, agir, decidir e avançar com conjunto, focando como exemplo o orador uma roda de bicicleta.
Que lugar, pois, para a diversidade num momento tão exigente, para uma Igreja poliédrica?
A ação não se pode esgotar em terias e códigos, mas antes deve centrar-se no ser e fazer, numa preocupação pela pluralidade humana, buscando o seu pleno desenvolvimento.
Como tal de que modo estão a agir hoje as Conferências Vicentinas? Estão atentas a essa pluralidade, buscando todo o desenvolvimento humano? Perguntou de novo o orador.
Não havendo Cristianismo sem encarnação e é desta forma que Jesus Cristo nos interpela neste momento da história. Estamos atentos a isso?
A SSVP está no terreno, conhecendo o meio e os modos e por isso tem o privilégio de poder entrar nesse mundo da pobreza e das relações humanas sem dificuldade.
Andamos a “roubar” pobres uns aos outros ou coadjuvamo-nos na organização social, enquadrando e aprofundando o papel de cada grupo social?
As Conferências vicentinas são um grupo profético, na procura do bem comum e como projeto de Deus? Pergunta de novo o orador.
Estamos a ser grito profético? perguntou o Prof Juan Ambrósio. Quem são os Pobres? São os pobres os protagonistas da ação da SSVP., ou estão a ser utilizados por esta?
O cristianismo é indispensável para o futuro da humanidade, tenha ele o sabor que tiver e a S.S.V.P., tem uma palavra a dizer, disse ao finalizar o orador deste painel.
Seguiu-se um breve debate sobre o 1º painel, foi dito pouco mais adiante que aqui merece realçar: Os pobres não são os destinatários da nossa ação, mas irmãos como nós e membros da mesma comunidade. Os cristãos e os vicentinos são enviados à sociedade e estão no coração onde se tecem as condições sociais.
Ou se vive no coração da vida, no coração da Sociedade, ou não se vive, rematou o Prof. Dr. Juan Ambrósio.
A palavra pobre tem muito peso, desinstala-nos!