«Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Ajudar "pessoas em situação de pobreza", deve ser sempre um remédio provisório. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho» Laudato Si: página 88.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Ano Novo - Sorria


Carta de Ozanam - 6 - A Ernesto Falconnet

Lião, 24 de Agosto 1830

   A carta que adiante se insere revela.nos, na sua primeira parte, uma faceta do temperamento de Ozanam porventura menos conhecida: o seu sentido de humor.

   Ozanam, então com 17 anos, exprime-se nas primeiras linhas desse documento como um jovem descontraído e folgazão, que brinca amigavelmente com um seu parente e companheiro de  trabalho, dois anos mais novo: Ernesto Falconnet. (1)
   Dada a diferença de idades, Ozanam sente-se à vontade para aludir ao «ilustríssimo espírito» e ao «génio criador» do «muito alto e muito poderoso senhor» seu amigo à sua boa ou má disposição, à vantagem, à vantagem de se iniciar na investigação filosófica. E receita-lhe «coragem» para enfrentar os desafios da vida.

   Mas os ditos espírito logo dão lugar a um estilo mais sério. Mostrando-se indeciso quando à carreira que terá a percorrer, o nosso Fundador refere: «quis ser advogado e sempre tive a intenção de cultivar as letras e a filosofia». E, efectivamente, dez mais tarde, ele já teria cumprido o seu doutoramento em Direito e em Letras; e ascenderia à situação de professor universitário. 

   Ao mesmo tempo, transparente da carta a atracção por assuntos pertinentes à história literária, por temas diversos sobre a Antiguidade e até - pasme-se! - pela aquisição de  «alguns conhecimentos preliminares sobre a sânscrito». 
   No meio deste enciclopedismo, desta insaciável apetência pelos saberes, a confessada incerteza sobre o rumo a dar à sua vida. Isto em razão doas vicissitudes próprias dos tempos que decorriam e também pelo clima de guerra existente, que não propiciava tranquilidade de espírito nem um planeamento calma do futuro.
   É de notar que Ozanam não repudia as contingências da condição militar - longe disso. Mas procura sublimá-las através do tempero da filosofia, da poesia, da própria religião. Esta «utopia» de Ozanam, acerca do desempenho das obrigações militares contém, observações cheias de interesse, reveladoras da forma como ele projectava todos os problemas e acontecimentos da sua vida num amplo quadro de referência, de matiz religiosa e cultural.
   No final, Ozanam dirige ao seu amigo palavras de incitamento, no sentido da continuação do trabalho comum que ambos tinham entre mãos. 

   Em suma, trata-se de uma carta que, sem conter revelações sensacionais, deixa entrever alguns dados muito elucidativos sobre o carácter do jovem Ozanam, bem como sobre as suas preocupações espirituais e culturais.

(1) Esnesto Falconnet, nascido em 1815 e falecido em 1891, foi um magistrado e homem de letras com alguma notoriedade na sua época.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

uma presença global

Desde sua criação em Paris em 1833 por um pequeno grupo de estudantes liderado por Frédéric Ozanam, a Sociedade expandiu-se rapidamente pela Europa, e em seguida para além do continente. De um grupo de estudantes, ela passou à uma centena de membros em alguns meses, e as primeiras conferências foram criadas fora da capital. Nos anos que se seguiram, a Sociedade vivenciou um desenvolvimento rápido na Europa e depois no mundo inteiro. Em 1853, ano da morte de Frédéric Ozanam, a SSVP estava presente em 29 países.

A SSVP em números
Em seu aniversário de 180 anos, Ela conta com 148 conselhos em 140 países e o seu número de membros é estimado em 800.000:
·         Europa: 7334 conferências em 30 países
·         Ásia: 7463 conferências em 24 países
·         América: 23377 conferências em 34 países
·         Oceânia: 1359 conferências em 9 países
·         África: 5104 conferências em 43 países
O Brasil conta sozinho com 17.166 conferências e 250.000 membros.
30.000.000 de pobres ajudados por dia pelo mundo:
A implantação atual da Sociedade é reflexo de sua importante ação nos países pobres.
·         Por 16,7%, em países onde ao menos 50% da população nacional vive abaixo da linha de pobreza (Fontes da CIA World Factbook atualizada em 2012.)
·         Por 48,6%, em países onde a renda per capita está compreendida entre menos de 1025 $ e 4035 $ por ano. (A título indicativo a média mundial do PIB per capita por habitante se eleva à 8300 $ por ano.)
A Sociedade São Vicente de Paulo continua sua expansão. Em 2012, 314 novas conferências foram oficialmente agregadas pelo Conselho Geral da Confederação Internacional.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Carta Ozanam 1830

Liao, 5 de junho de 1830
 
    Meu caro Materne

   Muito obrigado pela tua carta e mais ainda pela confiança que me testemunhas. Acredito que não tenhas querido lisonjear-me, mas sob condição de, logo que tenhas querido lisonjear-me, mas sob condição de, logo que tenhas oportunidade, me comunicarem as tuas criticas judiciosas e me dares conhecimento dos estimáveis trabalhos que a tua modéstia deprecia em excesso e que mantens secretos.
   De resto, as tuas observações finais levam-me a dar-te em seguida alguns pormenores biográficos sobre os anos que vivi até agora é alguns traços psicológicos sobre a minha pessoa. Sem esta oportunidade, eu talvez ainda demorasse a fazê-lo. Mas porquê tardar ainda a estreitar os laços de uma amizade que pode tornar-se tão bela e tão feliz?
   Meu caro Materne, não são os agradáveis momentos passados contigo, não são as refeições de família ou as pequenas reuniões é de amigos que me censuro. Longe de mim este pensamento. Acredito como  tu que uma distracção suficiente é uma necessidade e que os prazeres puros da amizade são bem permitidos pela lei de Deus.Sem esta oportunidade, eu talvez ainda demorasse a afazê-lo. Mas porquê tardar ainda a estreitar os laços de uma amizade que pode tornar-se tão bela e tão feliz?

   Meu caro Materne, não são os agradáveis momentos passados contigo, não são as refeições de família ou as pequenas reuniões de amigos que me censuro. Longe de mim este pensamento. Acredito como tu que uma distracção suficiente é uma necessidade e que os prazeres puros da amizade são bem permitidos pela lei de Deus. Ainda mais, dir-te-ei, e sem dúvida já o sabes, que não me preocupo com os prazeres de alta roda; deste modo, o que a esse respeito disse nos meus versos deve ser tido como hiperbólico e ampliado pela imaginação: com efeito, tudo isso pode reduzir-se unicamente à ideia de que todos os prazeres com que deparei nunca me ofereceram uma verdadeira felicidade. Também é verdade que vi bastante gente pouco cristã e muito dada aos prazeres e que essas pessoas não eram felizes.
Eis tudo.

   Agora, vou dar-te a conhecer quem tenho sido até hoje. Lê até ao fim, pois é ai que vem o melhor. (1)

   Disseram-me que, quando criança, era muito doce e muito dócil e isso é atribuído à fraqueza do meu temperamento, mas vejo ai uma outra causa. Eu tinha uma irmã, uma irmã muito amada que me ensinava juntamente com a minha Mãe e essas lições eram tão doces, tão bem ministradas, tão apropriadas à minha inteligência infantil que me davam verdadeiro prazer. Em suma, creio que então eu era bastante bom e, salvo alguns pequenos pecadilhos, não me censuro grande coisa em relação a esse tempo. Com sete anos, contraí uma grave doença. Todos julgaram reconhecer que só por milagre me salvei. Não que me faltassem cuidados. Os meus bons pais não deixaram a cabeceira da minha cama durante quinze dias e quinze noites. Sentia-me morrer, no meu delírio, pedi cerveja (N.B.: então gostava dela). E a cerveja salvou-me. Estava curado. Seis meses depois, minha irmã, a minha boa irmã, morreu. partilhei profundamente a dor comum. O Desgosto que eu tive!

Aprendi o latim e aprendendo-o, adquiri malícia. Na verdade, creio que nunca fui tão mau como na idade de 8 anos. No entanto, eram um bom pai, uma boa mãe, um bom irmão que continuavam a minha educação. Nesse tempo, ainda não tinha amigos fora da família. Tinha-me tornado irascível, teimoso, desobediente; se me puniam, reagia contra o castigo, escrevia cartas a minha mãe para me queixar. Era preguiçoso e lambareiro em grau supremo. E desde logo começaram a correr-me na cabeça todas as espécies de más ideias que em vão me esforçava por repelir. Eis o que eu era ao entrar no colégio, com nove anos e meio. Pouco a pouco, tornei-me melhor, a emulação eliminou a preguiça, gostava muito do meu professos, conheci o excelente Balloffet (2), tive sucessos que me encorajaram, estuda com ardor mas, ao mesmo tempo, começava a ter orgulho. Aliás, aconteceu-me trocar sopapos e disparates, etc., etc. Mas tinha mudado muito.

   Foi mais ou menos do mesmo modo quando estive muito tempo doente e obrigado a passar um mês no campo, em casa de uma excelente senhora, onde adquiri muita delicadeza, que seguidamente se perdeu em grande parte.
   Por vezes, desleixava-me um pouco, depois retomava coragem. Foi então que fiz a minha Primeira Comunhão. Dia de felicidade, possa a minha mão secar e a minha língua ficar presa ao céu da boca se alguma vez te esquecer! Tinha então mudado muito, tinha-me tornado modesto, doce, dócil e, infelizmente, tornei-me também um pouco escrupuloso.
Conheces pouco mais ou menos a minha vida após esta época, bastará dizer-te que, depois deste tempo, tornei-me talvez mais trabalhador e permaneci sofrivelmente orgulhoso e impaciente.

(2) Outro amigo de infância de Ozanam.

   Mas é preciso que eu entre em alguns pormenores sobre um período penoso da minha vida, período penoso da minha vida, período que começou quando estava na Retórica e acabou no ano passado. à força de ouvir falar de incrédulos e de incredulidade, perguntei-me porque acreditava. Eu duvidava, meu caro amigo, mas no entanto queria acreditar, repelia a dúvida, lia todos os livros em que a religião era demonstrada e nenhum deles me satisfazia plenamente. Acreditava durante um ou dois meses na autoridade de tal argumentação; sobrevinha uma objecção ao meu espírito, ainda duvidava. Oh! Como eu sofria! Porque queria ser religioso. Espreitei Valla (3). Valla não me satisfez. A minha fé não era sólida e, no entanto preferia acreditar sem razão do que duvidar, porque isso atormentava-me muito.
   Entrava na filosofia. A tese da certeza perturbou-me. Supus um instante poder duvidar da minha existência mas não o consegui. Decidi-me, por fim, a acreditar; pouco a pouco tudo se firmou e hoje creio na autoridade da ideia de causa.
  Durante este tempo a minha imaginação trabalhava; pensamentos criminosos, licenciosos, acabrunhavam-me, contra minha vontade. Queria afugentá-los, mas ocupavam-me muito: o meu respeitável confessor diz que não me inquiete, mas ainda não o consigo, embora eles sejam hoje mais raros. Anima-me que estas ideia não sejam minhas, nem de mim. Pelos menos, é assim que me têm dito.
   Devo no entanto reconhecer que a funesta paixão do amor nada pode ainda sobre o meu coração e que apenas conheço a amizade.
De resto, creio que sempre tive bastante bom coração e amei os meus amigos, que tenho sido habitualmente compassivo para com os pobres, reconhecido para com as pessoas que me fazem bem e sempre sem rancor.

   Eis o que fui, eis a seguir o que sou. Vou falar-te imparcialmente, dir-te-ei tudo, tento o mal como o bem.
   Quando ao mal, reduzo-a a quatro pontos principais: orgulho, impaciência, fraqueza, meticulosidade.
   O orgulho é tudo o que se lhe segue: amor dos elogios, dificuldades em reconhecer as minhas faltas, algumas vezes um pouco de altivez. quanto à impaciência, só se manifesta perante o pequeno irmão, que a excita muitas vezes.Quando digo fraqueza, significo respeito humano, pouca força para manter uma resolução tomada, etc e, quando digo escrúpulo, meticulosidade, quero  referir-me às coisas

(2) Padre José Valla, autor de um manual de filosofia em uso na diocese de Lião.

espirituais e à exactidão dos escritos. Acrescenta a estes defeitos o de zombar um pouco facilmente do próximo e terás o meu lado mau.

   Quando ao que em mim há de bom, aqui vai: o coração que não julgo perverso, a intenção que normalmente é excelente mas verga muitas vezes conforme as circunstâncias, a vontade de bem fazer que em geral me domina. Creio possuir as duas qualidades que fazem um bom francês, patriotismo e lealdade.  Amo muito a minha pátria e tive sempre horror à duplicidade, sou bem fiel àqueles que amei, mas a frieza vinda de um amigo penetra-me a alma, sem no entanto me impedir de o amor sempre. Gosto que me dêem conselhos, mas quero-os amigáveis como os teus; gostaria deles ainda que mais severos. no entanto, quero conservar a minha liberdade e reservar-me o direito de aderir ou não a um conselho dado. Julgo-me agradecido e posso assegurar que guardo bem um segredo. De resto, atenho-me muito à religião, sem ser propriamente piedoso e isso faz que eu possa alguma vez ser ou parecer intolerante. Confesso que gosto do trabalho, mas deixo-me distrair facilmente. Em suma, creio que posso vir a ser ou um homem muito ruim ou um homem muito virtuoso; espero agora ter tomado alturas e ser toda a minha vida pelo menos um bom francês, um bom amigo, um bom cristão. 

   Eis aqui o teu homem, disse-te tudo, abri-te o meu coração, conheces-me inteiramente. Sabes agora se queres continuar a dar-me a tua amizade, quebrá-la ou estreitá.la mais. De qualquer modo, desejarei sempre permanecer e tornar-me cada vez mais teu amigo.

A. F. OZANAM

   Se queres continuar a dar-me a tua amizade, peço-te o favor de não me poupares, de me dares bons conselhos e de nunca seres adulador: sê franco como eu o fui nesta carta, já que te dei o testemunho da minha consciência.

  

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A fonte dos 400 Anos com S.Vicente Paulo

No dia 8 dezembro os vicentinos lembram o dia da Imaculada Conceição.
"MARIA - Renovai-vos nas fontes da alegria"

Podemos afirmar que começamos com força a celebração dos 400 Anos em que o nosso Patrono São Vicente de Paulo, com a fundação e o nascimento do carisma vicentino: "400 Anos da Congregação de Missão".

Apoiando-me num texto escrito das irmãs da caridade AIC, convida a todos voluntários vicentinos a renovar o seu compromisso de servir a Deus através do contrato: Maria de Nazaré com o seu "SIM", nas pessoas que vivem na pobreza.
Ser vicentino hoje, neste dias oferece com o seu trabalho, sair da sua área de conforto para entrar num outro mundo, o mundo de pessoas que vivem excluídas, em semi-pobreza ou mesmo pobreza, no mundo em que pessoas vivem nas periferias onde a sua dignidade é posto em causa.

Não importa tanto assim dizer; às pessoas o que queremos ou pensamos mas, antes de tudo visita-las e ouvi-las, sentir as suas prioridades de necessidades e depois coloca-las em reunião de confrades.
Eu, peço também neste Ano de Pastoral, em que sentimos uma sociedade civil doente, quase moribunda de males espirituais, peçamos todos a MARIA-renovemos interiormente e bebamos na fonte de alegria, com alegria, tentar sempre, sempre, sempre e deixemos o mundo cada vez melhor.
Para isso ser possível, continuemos a trabalhar na nossa missão; sem nos queixar uns dos outros, para termos coragem em aceitar um pobre "tal como ele é", que ele sinta que é bem recebido. 

Tenhamos a coragem de aceita-los para que não aconteça como foi a São Bento José Labre, século XVIII, um mendigo que passava a sua vida a pedir esmolas de mosteiro em mosteiro, sacrificava-se a rezar horas às vezes seis horas, sem se queixar por uma almofada, um homem que queria pertencer a um mosteiro e era recusado a sua entrada mesmo até por muitos padres em dar acesso aos mosteiros, embora mais tarde alguns padre propusessem a ele outras formas de seguir o seu caminho.

Um Santo que sentiu que a sua vida era essa, mendigar. Chamavam-lhe o "Vagabundo de Deus" ou  "Cigano de Cristo" . 

consulte a história deste pedinte, aqui: S Bento José Labre
 


domingo, 11 de dezembro de 2016

São Cirilo uma comunidade de inserção

Ultimamente tenho escrito alguma coisa sobre a exclusão dos pobres de rua e dos desprotegidos da sociedade sem crer, encontrei uma comunidade para mim desconhecida o "Centro Comunitário São Cirilo-Porto", que de certa forma vai respondendo às minhas criticas que tenho lançado sobre outros responsáveis do seu desinteresse em abrir portas de certos monumentos fechados e no que diz respeito à falta de apoios.
Depois de falarmos sobre, do Albergue do Porto que recolhe pessoas com comida, roupa e cama lavada, existe a Centro São Cirilo no Porto, existe esta comunidade de inserção.

O Centro São Cirilo é uma comunidade de inserção criada pelos jesuítas no Porto que acolhe e (re)capacita pessoas e famílias estrangeiras e nacionais a passar por fase temporária de fragilidade social (pessoas despejadas das suas casas, em-abrigo que querem sair da rua e encontra trabalho, estrangeiros que perdem o emprego e sem retaguarda familiar de suporte, etc)
Desde a abertura oficial, a 4 de Janeiro de 2010, o Centro já . . . 

  • ajudou 5283 pessoas de 107 nacionalidades, sendo 2956 estrangeiras e 2327 nacionais;
  • conseguiu 234 colocações em emprego.*

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Cartas Ozanam 1827

1827
Querida Mamã

É ainda este escolar estourado que vem atormentar-vos com o seu latim. Preparado a vossa indulgência;vós habituados-o a crer que tudo o que ele faz em torno de vós pode ser-vos agradável.
Aliás, ele paga-vos na mesma moeda. É o único presente que a sua bolsa lhe permite oferecer-vos, recebei-o com os votos que vos dirige o vosso filho.

FREDERICO OZANAM

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Estatutos novos ou alterados na A.G.

Convinha reter a memória nos estatutos com alteração em Assembleia Geral e entrou em vigor em 7 junho 2016.
Estas alterações estão no Boletim Portugues de novembro, que vão para os Presidentes das conferências, espero que as mesmas sejam lidas em reunião de conferências porque todos tem que estar a par dos estatutos.
Não vou recordar todo texto só recordo dois requisitos básicos que acho importante nesta altura do lançamento dos quadros Estatísticos.
D. Requisito Básico
3-1 - Novo:
B.R. 3.1 Dissolução de uma Conferência ou um Conselho.

No caso de dissolução de uma Conferência ou de um Conselho, todas as dívidas e obrigações legalmente incorridas por e em nome da Conferência ou do Conselho devem ser totalmente pagas ou cumpridas para o próximo Conselho da sociedade acima deste. O dinheiro ou a propriedade restante e todos os arquivos e documentos devem ser passados imediatamente para o próximo Conselho.

H. Requisito Básico
19 - Novo:
Respeito ao desejo dos doadores: "As doações fornecidas pelos fiéis para um propósito específico somente podem ser usados para este mesmo propósito." 


Notas breves:
No caso da primeira: - Qualquer Conferência/Conselho a dissolver-se todos os bens terão que ser entregues directamente ao órgão imediatamente a seguir. 
« Portanto se alguma vez acontecer, "os párocos reivindicar para si (paróquia) os bens sejam dinheiros ou bens moveis", fica vedado pelos estatutos.
« No segundo caso: continua a ser o que até aqui tem sido feita mas ressalva-se essas obrigatoriedade. Os bens doados com fins específicos, doação por terceiros a favor de alguém deve ser considerados nesses fins especifico; Nas consignadas devem dar entrada e devem dar saída. As verbas devem contar nos quadros estatísticos. 
Aliás, "eu entendo que todas as verbas que entre e que depois tenham saídas devem ser lançadas pois constará em termos estatísticos na SSVP. 
Exemplo; colectas entram e depois saem, Se saem, devem constar como, quando e para quem.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Os Pobres de ontem - uma comunidade hoje.


Ontem houve, amanhã haverá sempre pobres, mas, hoje á muitas mais pessoas algumas delas idosas, pobres ou remediadas, que querem arranjar um lar para passar os seus poucos dias de vida, (não sabemos quantos), mas são pessoas como “nós que estamos a ler” e que “nos achamos uns sortudos” -  “ainda não chegou a nossa vez” pensamos dizia eu, pessoas que esperam e desesperam por um lugar acolhedor dum Lar, uma cama e roupa lavada, assistência medica, um banho quente, mas, também, sabemos que não existem lares que cheguem para tantas pessoas, para tantos doentes, para tantos idosos. Acho que fazemos cálculos em demasia. Ah, ainda não chegou a minha vez… um dia chegará…

Alguns ou maioria dizem: “cabe ao Estado porque está na Constituição Portuguesa cuidar dos pobres e dos doentes” … É verdade, talvez, mas, não podemos estar agarrados ao Estado e quando estamos ficamos prisioneiros da vontade do governo, falta-nos a liberdade de escolha. No caso ao Estado as despesas são partilhadas por todos os portugueses no OGE. Talvez, possamos pensar assim, ser uma comunidade nacional ter vontades na partilha o que lhes é emprestado por Deus, talvez o mais digno, mas, digno é sermos um todo quando temos vontade de fazer algo.
Dizem; eu também subscrevo; para isto é preciso dinheiro!
A Espiritualidade Vicentina será só quando temos dinheiro ou vontades?

Não é preciso a TV para nos reportar as notícias, mas, “talvez façam bem, serve para denunciar” aí a comunicação social tem um papel importante…
Continuamos a ver pessoas que vivem na rua, a qual rotulamos de excluídos da sociedade, onde não têm sítios onde ter o mínimo de higiene, tomar banho, ter uma toalha para se limpar, no mínimo não tem essas possibilidades com algumas excepções.
São os puros excluídos da sociedade que foram empurrados, outros por opção porque perdem a família, o emprego e mostram à sociedade em geral na rua, que também são pessoas Eles mostram-se, mostram-se, mostram-se... Eles deambulam pelas ruas das freguesias à procura de um quarto de banho, mas existe exclusão nas nossas cidades onde não existem hoje os balneários públicos.
Em conjunto o que se pode fazer, para alterar apoiar os pobres, os excluídos para que possam ser tratados com a dignidade de homens e mulheres.

Entre várias possíveis respostas poderá passar por aqui: - O Albergue Nocturno do Porto - A.N.P., tem nas suas mãos, a meta de alargar mais oferta aos Pobres-excluídos. O objectivo é dar dignidade a quem mais precisa e melhorar o conforto. O diretor da AANP- Associação dos Albergues Noturnos do Porto sr. Miguel Neves, admite que seu sonho é que um dia deixe de haver sem-abrigos na cidade.
As obras de fundo no edifício, que tiveram inicio em Julho de 2015, e se estima que terminem até ao final deste ano, vão permitir albergar um total de 75 sem-abrigos – 60 homens e 15 mulheres – com quartos servidos de aquecimento central, novas instalações sanitárias e chão e paredes renovadas. Consulte aqui: Albergue Nocturno do Porto.
Miguel Neto diz que todos os donativos são bem-vindos, “Podem ser 15 euros, que dão para compra lençóis, ou podem ser 200 euros que dá para comprar uma cama”, exemplifica aquele responsável. Que a comparticipação da Segurança social não é suficiente para apoiar o aumento da capacidade de alojamento, a partir de Janeiro do próximo ano.

Caros confrades, vicentinos, “TODOS”, mas todos temos a ganhar com a iniciativa da ANP e proporia pensar; chegarmos à simples conclusão; se eu colaborar com o ANP, estou indirectamente a resolver muitos problemas de pobres e excluídos que pedem ajuda às nossas Conferências. Quem quiser pode fazer chegar com o seu donativo da seguinte forma:
Monetário:
Ø  Transferência bancária para o IBAN: PT50.0007.0431.0002.4380.0038.8 cheque ou numerário.
Ø  Consignação de IRS: Pode consignar, sem qualquer encargos para o doador, 0,5% do IRS liquidado à nossa Instituição, bastando para o efeito preencher o CAMPO 1101 DO QUADRO 11 NA FOLHA DE ROSTO COM O NIF: 500.850.542
Mais informações: Marketing e angariação de Apoios: 966.685.955; direcção@alberguesporto.com

Uma razão para este apelo: Não posso esquecer ainda sobre às dificuldades de justiça, recordo aqui e agora, uma das muitas mensagens do Papa Francisco dirigida tempos atrás aos religiosos e religiosas de Itália, numa 4ªfeira em Roma, a favor ainda dos refugiados que entram em Itália: Caros irmãos religiosos e religiosas em Cristo. Se algumas instituições religiosas tenham espaço, edifícios disponíveis que possam por à disposição dos refugiados, dos pobres e dar guarida em vez de transformar em hospedarias e/ou hotéis de luxo, seria estar ao serviço de Deus através dos mais necessitados, era “Abrir as Portas à Misericórdia de Deus”.
Não poderei deixar de fazer o desafio a todos os Vicentinos da Diocese do Porto. Este ano, na quadra natalícia ou fora dela, não poderemos colaborar fisicamente e/ou monetariamente com esta Instituição que tantos assistidos ajuda?

No Ano de 2017 a Congregação da Missão vai comemorar os 400 Anos onde São Vicente de Paulo deu o seu primeiro passo em Folleville e depois em Châtillon já como pároco se lança sem dinheiro, sem meios de transporte próprio, a formar o que é hoje a Congregação da Missão, destinada a evangelizar aldeias. Ele que foi convencido pelo seu pai a ir estudar para uma instituição religiosa (porque naquele tempo não havia escolas publicas), a fim de poder ter uma vida melhor mas, Deus trocou-lhe os passos e mostrou-lhe que a sua vida melhor era, olhar pelos pobres. Assim foi.
Saibamos nós Vicentinos fazer render os nossos talentos e mostrar que queremos ser como foi Pe. Américo, como foi nosso Patrono São Vicente de Paulo, não tinha carro, foi à luta.
O nosso Papa Francisco recentemente fechou as Portas, mas não disse que as Portas se fechariam de vez, pois ele continua aberto. “Com Maria, Renovai-vos nas fontes da alegria”.


Tu. Vicentino pensa diferente!
Fernando Teixeira

Dezembro 2016