Da Regra
II A «Vocação Vicentina»,
Coração da unidade da S.S.V.P.
A palavra "Vocação" foi empregada diversas vezes pelo Papa Paulo VI ao dirigir-se à Soc. S. Vicente Paulo, exprime claramente o significado profundo da unidade tão concretamente é sentida por todos os seus membros.
Uma «vocação no sentido lato é um "apelo" da consciência esclarecida pela graça do Espirito Santo. Quem quer que um dia tenha desejado um dia ser "vicentino" traduz-se em ato, uma consequência da nossa fé cristã: não é somente o apelo absolutamente universal de Cristo ao espirito da caridade, pois é ainda uma nota particular desse apelo: o último desejo de particular «pessoal e directamente» no «serviço dos pobres» por um « contacto de homem para homem», pelo «dom pessoal do próprio coração com a sua amizade» - e de o fazer numa comunidade fraternal de leigos animados da mesma vocação».
Há uma infinidade de matrizes e de diversidades para exprimir esta vocação: traduzi-la, concretamente em actos, «deu-me», adapta-la ao mundo variado e imutável, é toda a vida do vicentino, toda a vida da Sociedade de São Vicente de Paulo.
Na origem desta, na época de Ozanam, ela exprimir-se pela «visita aos pobres nos seus domicílios», que se considerava o protótipo das atividades vicentinas. Numa linguagem mais moderna, diríamos que não nos contentamos com a simples distribuição de «esmolas» mas devemos procurar o diálogo pessoal com os que sofrem (seja qual for o sofrimento), sem o menor sinal de paternalismo, numa atitude de confiança mútua, de respeito pelas pessoas e pelo lugar sagrado que é o seu lar, de partilha da amizade e pelo lugar sagrado que é o seu lar, de partilha da amizade e de reciprocidade de serviços, de todas as delicadezas de amor.
Nota ao parágrafo: {todo vicentino deve preocupar-se não só em fazer a visita sempre ao domicilio e não menos importante fazer o acompanhamento de perto a fim de podermos ajudá-los caso necessário, em livrarem-se da dependência da esmola ou ajuda. É importante ajudar a criar maior autonomia econômica e social}.
É certo que esta vocação pode viver-se isoladamente, mas não é menos certo que ela só pode ser plenamente sentida e apoiada numa certa comunidade, onde se encontra a alegria de participar fraternalmente no mesmo ideal, além de um respeito mais rigoroso pela dignidade dos pobres, anonimamente ajudados pó elo grupo, do qual pode ser mandatário tanto p mais pobre como o mais rico.
A fonte da vocação vicentina é ao mesmo tempo humano e divina: é a angustia causada pelo espetáculo do sofrimento do outro ser humano, a espontânea reação de simpatia e ate de revolta perante as injustiças de que são vitimas os nosso irmãos em humanidade.
Mas é também a atitude do cristão impregnado da palavra de Deus, que vive da esperança do mistério pascal da Ressurreição, portador dessa mensagem de esperança que contem toda a fraternidade humana pelos que sofrem e suportam a sua cruz pela fé nesse mistério da presença de Cristo nos pobres e nos atribulados.
O objectivo e igualmente duplo: o humano socorro dos infelizes, tanto quanto possível a salvação dos seus destinos de homens: e pelos canais interiores da graça e do testamento, a salvação comum participação no Reino de Deus.
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