Santa Luisa de Marillac
Fundadora, com São Vicente de Paulo, da Companhia das Filhas da
Caridade. Nasceu em agosto
de 1591. A
Sua festa celebra-se a 15 de março de 1660, dia da sua Morte. Foi canonizada a 11 de março de 1934.
Sua Santidade o Papa João XXIII proclamou-a Patrona das Obras de Justiça Social a 15 de Março de
1960.
Jovem de fé e de grandes aspirações:
Luísa foi uma jovem de grande sensibilidade, marcada por
experiências profundas, e dolorosas, desde o seu nascimento.
Foi educada como pensionista, primeiro num sumptuoso convento e depois numa
modesta pensão de bairro. Não conheceu a mãe.
Durante os seus anos de formação aproveitou ao máximo para cultivar os seus
talentos artísticos e suas qualidades de uma sensível feminilidade: pintura,
composição, lavores, trabalhos domésticos...
Foi uma jovem que se sentiu fortemente atraída para Deus. A sua família, de
nobre linhagem, é também gente de fé e caridade.
Inclinada à entrega total na vida religiosa, não pode realizar as suas
aspirações por causa de sua débil saúde, mas sabe descobrir através da
oração e da consulta com o seu Confessor, que Deus tem outros desígnios sobre
Ela.
Esposa e mães exemplar:
Luísa chegou ao matrimónio convencida de que esse era o caminho
que Deus queria para ela. Depois de um ano de casada experimenta a alegria de
ter um filho, o pequeno Miguel António, que enche de alegria o lar.
Aqui no seu lar, Luísa dá largas às suas qualidades femininas:
- Ternura e capacidade
de sacrifício. Ama ternamente o seu filho, e cuida com grande delicadeza a
seu marido, que não tem muita saúde.
- Paciência e bondade. Sabe descobrir o lado bom das saídas
de carácter do seu marido, e manter a calma ante o seu filho inquieto por
temperamento.
- Responsabilidade e
procura. Preocupa - se com a boa educação do seu filho:
consulta, busca, luta.
- Caridade. Dedica tempo para visitar e a atender
os Pobres, socorrendo-os nas suas próprias casas quando o trabalho doméstico do
seu lar o permite.
Mulher de fé, mulher de procura, soube novamente encontrar na oração encontrar na oração em direção
do seu confessor, a interpretação correta dos sofrimentos que a afligiam.
Alma provada pela dor e
iluminada pela luz do alto
No meio dos seus compromissos no lar, no âmbito social e com os
Pobres, Luísa não esquece aquela forte aspiração que teve na sua juventude de
se entregar totalmente a Deus.
Isto lhe trouxe no decorrer do tempo, uma época de crise espiritual e de
temores. Esta crise se despoletou por ocasião de uma grave enfermidade de seu
esposo, e por conflitos na vida de seu filho... Acreditava
que tudo isto lhe sucedia como um castigo de Deus por não ter sido religiosa.
Foi uma época difícil para Luísa, uma tremenda noite escura.
O mesmo Espírito Santo atuou sobre ela de maneira especial, como o
fez um dia sobre os apóstolos enchendo-os da sua luz e da sua fortaleza. Foi
para ela uma experiência de total libertação que a levou a assumir com coragem
renovada as realidades do seu quotidiano no lar e na assistência aos pobres.
Mulher cheia de dinamismo e criatividade
Sem descuidar a atenção devida ao seu filho, procura entregar-se
com uma maior doação às necessidades dos pobres.
1. O contacto com S. Vicente de
Paulo, o padre dos pobres, leva-a a descobrir novos horizontes de caridade e de
serviço
A sua vida abre-se de todo à ação caritativa e social atuando
como:
1.
Incansável serva dos pobres
2. Visitadora experimentada das
confrarias da caridade
3. Fundadora com S. Vicente, da
Companhia das Filhas da Caridade
4. Formadora de catequistas
5. Mãe de crianças abandonadas
Os Homens santos não morrem,
permanecem vivos nas suas obras e naqueles que seguem o seu espírito.
Assim sucede com Luísa de Marillac.
O seu nome e a sua inspiração estão presentes em cada uma das ações que se
realizam através da Companhia das Filhas da Caridade.
S. Vicente de Paulo
Vicente de Paulo nasceu numa família de camponeses a 24 de Abril
de 1581, na aldeia de Pouy no sudoeste
de França.
Estudou teologia na Universidade de Tolosa, e foi ordenado sacerdote aos 19 anos. Completou os
seus estudos teológicos quatro anos mais tarde.
Aproveitou o seu estatuto de sacerdote, para escapar a vida
monótona da sua aldeia e partiu para Paris.
Aí, Vicente encontrou um guia espiritual de grande sabedoria,
Pedro de Bérule,
que pouco a pouco o ajudou a compreender que ajudar os outros era muito mais
importante que seguir as suas ambições pessoais. Durante alguns anos, Vicente
esteve como pároco na Paróquia de Clichi, perto de Paris.
Em 1613 foi nomeado preceptor dos filhos do General das Galés em
França
Em 1617 tornou-se o capelão dosgalerianos.
Ele tinha a seu cargo, o cuidado espiritual dos camponeses que viviam nas
terras pertencentes aos Senhores de Gondi.
Aos poucos, Vicente começa a descobrir o caminho dos pobres. Inicia o caminho
da conversão.
Para responder às necessidades dos pobres do seu tempo, Vicente
empreende várias Fundações:
As Confrarias das Damas da Caridade – 08 de Dezembro de 1617, primeiro em
Paris, depois em toda a França.
Vicente convenceu-as a consagrar uma parte do seu tempo e do seu dinheiro a
ajudar os pobres.
Criou vários hospitais, dos quais, um em Marselha para cuidar os
condenados às Galeras.
Muitas vezes foi solicitado a agir como mediador nas guerras de religião que
dilaceravam a França.
Congregação da Missão em
25 de Janeiro de 1625.
Vendo a pobreza espiritual dos camponeses,
lentamente influenciou alguns sacerdotes jovens com os quais decidiu fundar a Congregação da Missão, cujos
sacerdotes são muitas vezes conhecidos pelo nome de “Lazaristas”. Dedicaram-se
então a trabalhar com os camponeses que viviam nas proximidades de Paris,
anunciando-lhes a Boa nova do Evangelho e ajudando-os também nas suas carências
espirituais distribuindo-lhes roupa e alimentos.
As Filhas da Caridade a 29 de Novembro de 1633.
Com Luísa de Marillac,
uma mulher dotada de grandes talentos espirituais e de grande sensibilidade,
fundou a primeira congregação, cujos membros se consagraram inteiramente ao
serviço dos Pobres, fora do Claustro: a Companhia das Filhas da Caridade.
Dedicou-se também à Formação do clero, nos Seminários...
Vicente era um homem de acção mais que um teórico. A Sua força
interior era comunicativa. O Seu espírito era simples, prático e directo.
Olhava Cristo como seu Mestre e procurava traduzir a mensagem do Evangelho em
realizações concretas.
Organizador nato, Vicente era também um homem de uma fé profunda,
um homem de oração. Um místico. A imensa gama de serviços que ele criou para os
pobres não somente o fruto de uma simples filantropia. Enraíza-se no Evangelho
na perspectiva de Mateus 25, onde Jesus nos Diz:
“O que fizerdes aos meus irmãos mais pequeninos é mim que o
fazeis”
São Vicente de Paulo faleceu em 27 de Setembro de 1660 com fama de
santidade.
A sua canonização ocorreu em 16 de Junho de 1737, pelo Papa Clemente XII. Em 12 de Maio de 1885 foi declarado, pelo Papa Leão XIII, patrono de todas as Obras de Caridade da Igreja Católica.
Frases de S. Vicente de Paulo
"Amemos a Deus, meus irmãos, amemos a Deus, mas que isto seja
à custa dos nossos braços, e com o suor dos nossos rostos".
"Se dez vezes ao dia visitardes os pobres, dez vezes ao dia encontrareis
Jesus Cristo".
"É preciso que vós e eu tomemos a resolução de jamais faltar à oração
diária. Digo: diária, minhas Filhas, mas se pudesse, diria: não a deixemos
nunca".
"Depois do soberano amor de Deus, a segunda coisa que Deus vos pede é que
vos estimeis mutuamente, como irmãs que Ele uniu com laços de seu amor".
Sem comentários:
Enviar um comentário