Alguns
aspetos focados “talvez” não tenham muito a ver com a situação real económica
do nosso pais-Portugal, no entanto embora exista casos de pobreza, os
portugueses na sua maioria estão protegidos pelo RSI. Ainda bem porque se não
existisse estes apoios os casos da miséria acentuavam-se. Mas para quem é
destinada o subsídio: «É um apoio destinado a proteger as pessoas que se
encontram em situação de pobreza extrema […]». Por isso, Portugal tem caso conjunturais
imediatas em que as Conferências se dedicam a 100% nas atividades de superar os
casos. Reforço três princípios do Papa Francisco: Ver – Orar – Agir. Os textos
publicados pelo presidente são sempre oportunos e espero que todos leiam com
atenção, mas, não podemos começar logo à partida; o texto é extenso! Vamos ler
o texto que nos deixou o 16 pres. Renato Lima, nas suas crónicas vicentinas.
Tempo leitura: 06m:22s
Aspetos conjunturais e estruturais na
ação vicentina
As palavras deste
título podem parecer rebuscadas demais, porém iremos demonstrar, nesta crónica,
que elas dizem muito a todos nós, vicentinos, que desejamos a santificação
pessoal e lutamos pela evangelização e pela promoção dos Pobres.
De alguns anos para cá,
a expressão “mudança de estruturas” (também conhecida como “Mudança Sistémica”)
tem sido corriqueira no seio vicentino e praticamente todos sabem o que quer
dizer […]. Mas há outra dimensão que precisamos de refletir para poder chegar
às mudanças estruturais a que tanto ansiamos: A realidade conjuntural.
Conjuntural significa
algo momentâneo, temporário, típico do tempo presente, algo que é provisório. Nas
Conferências e Obras especiais, a maior parte da caridade e do tempo dispensado
ao serviço voluntário tem essa conotação: mitigar os problemas conjunturais, ou
seja, as situações que suscitam necessidade imediatas (as mais básicas),
próprias da sobrevivência das pessoas.
Quando uma família ¿Pobre?
procura a assistência vicentina, é feita uma visita onde são levantadas as
informações socioeconómicas das pessoas carentes. Com base neste inquérito, a conferência
vai traçar uma série de objetivos conjunturais e estruturais a serem
alcançados, a curto, medio longo prazos. Em geral, os objetivos de curto prazo
são conjunturais e os de médio e longo prazos se encaixam na dimensão
estrutural. «o presidente mais adiante explica porquê».
Resolver um problema
estrutural leva tempo, não é fácil e “necessita de muita gente sintonizada na
mesma direção”. Vamos dar um exemplo: - a falta de educação; para oferecer
educação de qualidade, um estudante deve permanecer, em boas instituições (?),
nove anos no ensino básico e mais três no ensino secundário “que em Portugal dá
acesso à universidade” […] Só depois de tanto investimento e dedicação é que os
frutos são colhidos.
Por outro lado, um problema
conjuntural (por exemplo, a falta de comida no seio de uma família
desempregada, que sobrevive com programas assistenciais do governo) pode ser
resolvida instantemente (nestes casos, com a doação de uma cesta básica de
alimentos); contudo seus efeitos continuam sem resolução (a falta de comida
surgirá novamente em poucas horas). Esse é o grande dilema dos Vicentinos:
atuar na dimensão conjuntural, mas olhando a dimensão estrutural, pois esta
última é que mitigará as consequências da primeira.
Algumas Conferências
dedicam 100% das atividades apenas à dimensão conjuntural: doação de alimentos
conseguidos em eventos próprios e outros por instituições, roupas, calçados, materiais
reparações de construção etc. etc. Contudo, a dimensão estrutural (apoio na
busca de emprego, saúde, educação, auxílio psicológico, pagamento de rendas,
tratamento contra as drogas e outros vícios, ato da vida espiritual, inserção
na comunidade, abordagem política, etc.), costuma ficar em segundo plano, ou é
efetivamente timidamente. Precisamos que nossas unidades vicentinas foquem nas
duas abordagens, para que sejam alcançados os objetivos maiores: a promoção dos
assistidos e a santificação dos vicentinos.
Temos percebido uma
leve desvalorização da dimensão conjuntural no seio das Conferências e também
nos eventos de formação aos quais participamos. É bem verdade que a dimensão
estrutural é que vai transformar a realidade e libertar os ¿Pobres? De suas
limitações. Mas “saco vazio não aguenta em pé”, como diz o ditado popular.
Portanto o ideal é que
os vicentinos desempenhem equilibradamente as duas posturas (a imediata e a
duradoura). Não podemos ser rigorosos connosco mesmos por desenvolver ações
conjunturais no cotidiano das conferências. Isso não é suficiente para ajudar o
povo sofrido. São necessários projetos sociais mais amplos e medidas
estruturantes, que irão reverter o quadro lamentável que conhecemos.
Nossa Conferência
excuta mais ações conjunturais ou estruturais perante os socorridos? Do que as
famílias assistidas realmente necessitam? Temos condições de supri-los de suas
carências?
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