«Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Ajudar "pessoas em situação de pobreza", deve ser sempre um remédio provisório. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho» Laudato Si: página 88.

sábado, 2 de junho de 2018

Aspetos conjunturais e estruturais na ação vicentina


Alguns aspetos focados “talvez” não tenham muito a ver com a situação real económica do nosso pais-Portugal, no entanto embora exista casos de pobreza, os portugueses na sua maioria estão protegidos pelo RSI. Ainda bem porque se não existisse estes apoios os casos da miséria acentuavam-se. Mas para quem é destinada o subsídio: «É um apoio destinado a proteger as pessoas que se encontram em situação de pobreza extrema […]». Por isso, Portugal tem caso conjunturais imediatas em que as Conferências se dedicam a 100% nas atividades de superar os casos. Reforço três princípios do Papa Francisco: Ver – Orar – Agir. Os textos publicados pelo presidente são sempre oportunos e espero que todos leiam com atenção, mas, não podemos começar logo à partida; o texto é extenso! Vamos ler o texto que nos deixou o 16 pres. Renato Lima, nas suas crónicas vicentinas. Tempo leitura: 06m:22s

Aspetos conjunturais e estruturais na ação vicentina

As palavras deste título podem parecer rebuscadas demais, porém iremos demonstrar, nesta crónica, que elas dizem muito a todos nós, vicentinos, que desejamos a santificação pessoal e lutamos pela evangelização e pela promoção dos Pobres.
De alguns anos para cá, a expressão “mudança de estruturas” (também conhecida como “Mudança Sistémica”) tem sido corriqueira no seio vicentino e praticamente todos sabem o que quer dizer […]. Mas há outra dimensão que precisamos de refletir para poder chegar às mudanças estruturais a que tanto ansiamos: A realidade conjuntural.
Conjuntural significa algo momentâneo, temporário, típico do tempo presente, algo que é provisório. Nas Conferências e Obras especiais, a maior parte da caridade e do tempo dispensado ao serviço voluntário tem essa conotação: mitigar os problemas conjunturais, ou seja, as situações que suscitam necessidade imediatas (as mais básicas), próprias da sobrevivência das pessoas.
Quando uma família ¿Pobre? procura a assistência vicentina, é feita uma visita onde são levantadas as informações socioeconómicas das pessoas carentes. Com base neste inquérito, a conferência vai traçar uma série de objetivos conjunturais e estruturais a serem alcançados, a curto, medio longo prazos. Em geral, os objetivos de curto prazo são conjunturais e os de médio e longo prazos se encaixam na dimensão estrutural. «o presidente mais adiante explica porquê».
Resolver um problema estrutural leva tempo, não é fácil e “necessita de muita gente sintonizada na mesma direção”. Vamos dar um exemplo: - a falta de educação; para oferecer educação de qualidade, um estudante deve permanecer, em boas instituições (?), nove anos no ensino básico e mais três no ensino secundário “que em Portugal dá acesso à universidade” […] Só depois de tanto investimento e dedicação é que os frutos são colhidos.
Por outro lado, um problema conjuntural (por exemplo, a falta de comida no seio de uma família desempregada, que sobrevive com programas assistenciais do governo) pode ser resolvida instantemente (nestes casos, com a doação de uma cesta básica de alimentos); contudo seus efeitos continuam sem resolução (a falta de comida surgirá novamente em poucas horas). Esse é o grande dilema dos Vicentinos: atuar na dimensão conjuntural, mas olhando a dimensão estrutural, pois esta última é que mitigará as consequências da primeira.
Algumas Conferências dedicam 100% das atividades apenas à dimensão conjuntural: doação de alimentos conseguidos em eventos próprios e outros por instituições, roupas, calçados, materiais reparações de construção etc. etc. Contudo, a dimensão estrutural (apoio na busca de emprego, saúde, educação, auxílio psicológico, pagamento de rendas, tratamento contra as drogas e outros vícios, ato da vida espiritual, inserção na comunidade, abordagem política, etc.), costuma ficar em segundo plano, ou é efetivamente timidamente. Precisamos que nossas unidades vicentinas foquem nas duas abordagens, para que sejam alcançados os objetivos maiores: a promoção dos assistidos e a santificação dos vicentinos.
Temos percebido uma leve desvalorização da dimensão conjuntural no seio das Conferências e também nos eventos de formação aos quais participamos. É bem verdade que a dimensão estrutural é que vai transformar a realidade e libertar os ¿Pobres? De suas limitações. Mas “saco vazio não aguenta em pé”, como diz o ditado popular.
Portanto o ideal é que os vicentinos desempenhem equilibradamente as duas posturas (a imediata e a duradoura). Não podemos ser rigorosos connosco mesmos por desenvolver ações conjunturais no cotidiano das conferências. Isso não é suficiente para ajudar o povo sofrido. São necessários projetos sociais mais amplos e medidas estruturantes, que irão reverter o quadro lamentável que conhecemos.
Nossa Conferência excuta mais ações conjunturais ou estruturais perante os socorridos? Do que as famílias assistidas realmente necessitam? Temos condições de supri-los de suas carências?

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