"Deus capacita os escolhidos"
Muitos
vicentinos e vicentinas, quando são eleitos para ocuparem cargos na estrutura
da sociedade de São Vicente de Paulo, ficam preocupados se darão conta do
recado, muitas vezes se consideram incapazes não preparados para tal missão.
Não podemos nos esquecer, contudo, daquela breve frase dita por São Vicente de
Paulo, nas cartas que escrevia para os membros da Congregação da Missão e das
filhas da caridade: «Deus capacita os escolhidos».
Para
refletir sobre o tema, selecionamos duas passagens na Bíblia em que Jesus deixa
uma espécie de “receita” para todos aqueles que venham ocupar funções no
serviço religioso e, porque não dizer também, no serviço vicentino. É uma
mensagem especial para todos os dirigentes vicentinos, desde o presidente de
Conferência, passando pelos presidentes de Conselho e de Obras especiais,
chegando até o cargo mais destacado na estrutura; a de presidente geral
internacional.
No Evangelho de São
Lucas, capítulo 22, surgiu uma discussão, entre os discípulos, sobre qual deles
seria o “maior” perante os olhos de Cristo. O mestre, paciente, assim se
expressou: “Os reis dominam como senhores e exercem sobre eles autoridade.
Entre vocês não sejam assim: quem quiser ser o maior, que se torne o último; e
o que governa, que seja como o servo”.
Noutra passagem, no
Evangelho de São Mateus, capítulo 18, perguntaram novamente a Jesus: “Quem é o
maior no reino dos céus?”. O Salvador apontou para uma criança, que estava ali
perto e disse: “Se não se converterem e não se fizerem como meninos, de modo
algum entrarão no reino dos céus. Portanto, aquela que se tornar humilde como
este menino, esse é o maior no reino dos céus”.
Nessas duas passagens
das Sagradas Escrituras, encontrarão os três elementos para quem está ocupando
funções consideradas social e humanamente “importantes” dentro da estrutura ou
da hierarquia eclesial ou religiosa; a humildade (quando
Jesus disse “torna-se o último…”); o serviço (quando
Jesus disse “seja como o servo…”); e a pureza (quando
Jesus disse “sejam como crianças…”)
Vamos meditar um pouco sobre
essas três virtudes. A
humildade é o cartão de visitas de todo dirigente vicentino. Quando se
apresenta, por exemplo, uma proposta de projeto, temos que ser humildes e ouvir
a opinião dos demais membros do Conselho, buscando a unidade. O serviço
(desinteressado) é a principal caraterística dos dirigentes vicentinos. Ele o
faz não em busca de autopromoção, mas em benefício da entidade que preside e das
Pessoas em situação de pobreza. Faz-se as coisas pensando efetivamente nos
outros e, nunca com fins políticos. Já a pureza, que neste caso significa
simplicidade, é condição fundamentar para conduzir um grupo tão grande como o
nosso. É ter caridade, acima de tudo, nos atos que irá propor, para que as
decisões a serem tomadas sejam consideradas consensuais, sempre buscando a
melhoria contínua.
Na nossa ótica, para ser um bom presidente,
deve-se possuir essas caraterísticas, E nunca se esquecer da recomendação que
São Paulo prescreveu a Timóteo, que também serve para todos nós, hoje em dia: “Guarda
o teu mandato íntegro e sem manchas; procura a justiça e a mansidão; combate o
bom combate” (ITm 6, 11-16).
Deixamos, agora, uma pergunta
para reflexão na Conferência: na sua opinião, quais são as virtudes mais
importantes para que um vicentino possa, após ser eleito presente, desempenhar
os encargos administrativos com eficácia e em benefício das Pessoas em situação
de pobreza?
Crónicas vicentinas IV - CGI Renato Lima
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