Quando realizamos a nossa
visita a uma família que lhe chamaria "família em situação de
pobreza", verificamos que a pressa é muita em nos despacharmos
"talvez para não ser maçador ou porque nos deixamos enrolar pela pressa
diária ou ainda deixamo-nos dominar pelo stress”. Mas a questão não é tanto a
nossa pressa, o virar costas mas, há outra causa que é o de tentarmos resolver
uma situação ou várias situações de injustiça.
Nas visitas, em muitos casos, verificamos que existem
diversas necessidades e aí talvez precisássemos de fazer uma paragem quando nos
apercebemos que temos um caso difícil para resolver. Podemos pedir ajuda -
porque não entrar numa igreja em silêncio apresentar o problema e deixar que
Deus nos fale? Talvez consigamos encontrar uma solução. Esta confiança total em
Deus é espelho da nossa fé. Se é pouca não fazemos essa paragem para deixar que
Deus ilumine a nossa mente e nos guie. Às vezes a vontade de ajudar pode ser
tanta, que nos esquecemos de colocar Deus no centro dos nossos actos.
Se fizermos a experiência de pararmos, fazer como nos deixou
na sua mensagem aos vicentinos recentemente o Papa Francisco – “Ver, Julgar e
Agir” – ficaremos melhor preparados para a nossa missão. E como disse o
fundador da Sociedade S. Vicente Paulo o beato Frederico Ozanam, que reconheceu,
implicitamente, que a pobreza não era uma questão simples quando nos dizia: «não
devemos contentar em afastar as "pessoas em situação de pobreza".
Frederico, especificamente, exortou, no seu tempo, e que podemos transportar para
o presente século, que devemos «estudar a sua condição e as injustiças que
provocam tal pobreza, com o objetivo de uma melhoria a longo prazo», veremos a
imensidão de perspectivas de trabalho dos vicentinos.
Os nossos melhores-amigos, ou os Pobres, (palavra que se
devia optar por deixar cair por terra pelo abuso da palavra) são como nós. Pobreza
sim, porque pobres somos todos nós, porque como servos de Jesus Cristo
deveríamos identificarmo-nos com Ele e viver na Pobreza.
Algumas pesquisas na internet em vários estudos, apontam que
o «stress acumulado da pobreza», é a causa ou a razão pela qual as famílias na
pobreza tendem a permanecer na pobreza. Jack Shonoff Professor da Universidade de Harvard, de Saúde
Infantil e Desenvolvimento, escreve uma extensa
pesquisa sobre a biologia de stress e mostra que o desenvolvimento saudável da
criança pode ser descarrilado por ativação excessiva ou prolongada de sistemas
de respostas ao stress no corpo e no cérebro. Esse stress tóxico pode ter
efeitos prejudiciais sobre a aprendizagem, o comportamento é a saúde ao longo da
vida. Deixo acesso através de um link a seguir sobre este problema de: stress tóxico
para
consulta).
Mas não queria deixar
de referir aos queridos vicentinos, numa primeira fase de ideias - o que
podemos fazer para diminuir a pressão sobre o combate à pobreza?
Quais são os meios de
aceitação por parte de alguns setores da sociedade para colocar o problema em
cima da mesa e discutir!
Da nossa parte, o conselho, entendemos que o acesso à
informação pode ajudar-nos no estudo que assenta em três princípios: parar para
pensar; rezar a Deus que nos dê discernimento de ideias, no coletivo, no nosso
meio, na comunidade onde estamos inseridos e passarmos a Ação. Passar à ação é o passo
mais difícil, mas não pode ser de outra maneira e só é possível “atuar” se for
na forma de equipe, não de forma isolada Tenho
tido algumas vezes dificuldade em “Desempacotar a visita ao domicílio” e devemos, sempre, “IR” a dois. Lembremo-nos como fazia Jesus
Cristo quando calcorreava as terras áridas, para chegar a todos.
Jesus tinha uma visão revolucionária para o seu tempo: «nunca ia sozinho» ia sempre
acompanhado. Nós vamos muitas vezes sós e muitas vezes não anotamos os
problemas, as duvidas, as tristezas as alegrias que nos deixam os nosso
melhores-amigos.
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