1.º Presidente da Conferência São Luis de Paris-Lisboa
«SENA DE FREITAS» “Padre Vicentino”
Cardeal Patriarca de Lisboa numa deslocação a Felgueiras, norte de país, aborda Padre Sena de Freitas. A casa das Artes de Felgueiras recebeu numa sexta-feira D. Manuel Clemente, Cardeal Patriarca de Lisboa, em conferencia de imprensa intitulada “Padre Sena de Freitas, uma figura da Igreja”.
«SENA DE FREITAS» “Padre Vicentino”
Cardeal Patriarca de Lisboa numa deslocação a Felgueiras, norte de país, aborda Padre Sena de Freitas. A casa das Artes de Felgueiras recebeu numa sexta-feira D. Manuel Clemente, Cardeal Patriarca de Lisboa, em conferencia de imprensa intitulada “Padre Sena de Freitas, uma figura da Igreja”.
Sena de Freitas, autor uma vasta e multifacetada obra, abrangendo as
áreas da teologia, da filosofia, da pedagogia, da literatura e critica literárias,
do jornalismo, da politica e da parenética, arguto e especial atenção à
história da sociedade portuguesa, excelente orador no «Portugal Contemporâneo»
de oitocentos e inícios do Século XX.
Expresso Felgueiras;
07-2016
- Sena de Freitas, de nome completo, José Joaquim Sena de Freitas,
nasceu em Vila Franca do Campo, Ponta Delgada, na Ilha de S. Miguel, no dia 21
de Julho de 1840. Filho do historiador Bernardino José de Sena de Freitas e da
Maria José de Brito Mascarenhas que faleceu cedo, deixando José Joaquim com três
anos apenas sem os cuidados e aconchego maternos, o que terá influenciado o
pequeno Sena de Freitas no seu temperamento que se tornou inquieto, ansioso,
rebelde até.
Mas logo de pequeno revelou, já na escola, forte personalidade, grande
inteligência e ousadia de opinião. Como também logo cedo revelou forte
inclinação para a religião, tendo-se tornado, por vontade própria, Menino do
Coro da Igreja local, organizando na Ermida de Nª. Sª. da Vitória, tendo especial satisfação em tocar
o sino da Igreja.
Em Santarém fez os seus estudos secundários que veio a concluir no
Seminário de Coimbra em 1858, tendo seguido para Paris, aí se instalando em São
Lázaro, Casa da Congregação da Missão, fundada por são Vicente de Paulo em cuja
mística se deixou mergulhar. Aí concluiu o seu curso de Teologia, tendo feito
votos em 1862, embarcando para o Brasil em 1865, onde missionou. Professor em
Santa Quitéria, já em Portugal (1878), mas frequentemente doente e sem
facilidade de adaptação a uma vida de comunidade, várias vezes pediu demissão
de votos, embora tenha ficado sempre em ótimas relações com a Congregação cujo
provincial muito o apreciava.
Em Portugal, como professor de um colégio na Estefânia, celebrava
missa em Arroios, instalando-se sempre, nas terras por onde peregrinava, nas
casas dos Lazaristas. Sena de Freitas, escreveu várias obras do que cita
alguns: - O milagre e a critica moderna – No presbitério em no tempo, 2 volumes
– Evangelho segundo Renan – Tenda do mestre Luvas (romance) – A carta e o homem
da carta – O sacerdócio eterno – A palavra do semeador, 3 volumes – Conversa sobre
patriotismo hodierno – discursos – A religião em face da política –
Orações fúnebres: - a José Bonifácio; - a D. Luís I; - ao Conde de São
Salvador de Matosinhos.
Também escritos com o titulo: A Alta
Educação do Clero; podem consultar os escritos em: http://www.nch.pt/biblioteca-virtual/bol-nch14/n14-20.html
com prefácio de D. Manuel Clemente, Cardeal patriarca de Lisboa.
Embora dado às
letras, chegara à conclusão que a Caridade estava à frente e acima das letras
em que, aliás, fulgurantemente se impunha. Por isso a sua paixão pela mística
vicentina. Sena de Freitas nas suas viagens por paris, Londres e aos sertões do
Brasil, muitas vezes era um incómodo
para Portugal. Não
parava. Um dia em Lisboa, outro no Minho. Subia aos paços Episcopais, falava a
banqueiros e empresários, a operários ou estudantes. Ora se era aceite, sorria
ora se não era aceite insistia nos seus projetos.
Como Vicentino é assim
que entra encena e durante as suas viagens e peregrino em missão como padre
Lazarista, Sena de Freitas percorreu o País sobretudo no norte, em que não
perdeu oportunidade de divulgar o espirito vicentino, nessa zona do País a que
tornou mais sensível as gentes cristãs dessas terras.
Ainda em 1859, Sena de Freitas, junto do Padre
Miel, trabalhou pela fundação da 1.ª Conferência de São Vicente de Paulo em
Portugal – a Conferência de São Luis, Rei de França, fundada em Lisboa; colaborou com o engenheiro Barros Gomes na
tradução do velho Manuel da SSVP-sociedade de São Vicente de Paulo.
Em 1877, passando por Braga, aí fundou uma Conferência (a 3.ª em Portugal).
Em 1879, após uma reunião no palacete da
Condessa de Azevedo, com 300 presenças, falou de tal maneira sobre a vocação e
missão da Sociedade S. Vicente de Paulo, que logo foi fundada no Porto a Conferência da Imaculada
Conceição; em Santo Ildefonso a 4.ª Conferência em Portugal.
Em Guimarães, foi violentamente
atacado por gente de feição maçónica, porque efetuara uma sessão no palacete do
Conde de Vila Pouca e não numa Igreja. Retorquiu que faria a reunião em
qualquer espaço, ainda que um barracão, se tivesse iguais dimensões.
Em 1880, passando
por Penafiel, aí fundou a Conferência de Nossa Senhora do rosário e, seguindo
até Coimbra, nesse mesmo ano, iria fazer nascer aí a Conferência Académica.
Aí começou por
procurar D. Manuel Correia de Bastos Pina, o Arcebispo-Conde, que se
entusiasmou com a fundação de uma Conferência vicentina para a qual se propôs
como Presidente. Sena, compreendeu que o bondoso prelado desconhecia o caráter
leigo da sociedade. Abordou então o catedrático Dr. Lino, seu amigo e falou
ainda com o seu velho amigo Almeida Silvano, futuro professor do seminário de
Lamego.
E numa sala do Palácio
dos Coutinhos falou aos estudantes. Assim fundou a 1.ª Conferência Académica.
Ainda em 1844, contribuiu para a instituição em
Lisboa do primeiro Conselho Particular
da Sociedade em Portugal.
Modelo vicentino,
sem dúvida, porque o seu espírito vicentino motivou inúmeras vocações e adesões
à Sociedade S. Vicente de Paulo.
Mas doente,
perseguido pelas suas ideias, muito sofreu no Brasil, onde morreu em 1913.
Sofreu muito, lotou
muito. Escreveu e trabalhou muito. Serviu muito. Amou muito.
Quando morreu tinha
acabado de escrever as palavras – “Jesus Cristo”, esse Jesus simples, sem
coroa, apenas servidor e amante dos pobres, como o de S. Vicente Paulo. Sena de
Freitas, mais tarde, foi justamente e publicamente apreciado. Não só na
Congregação dos Provinciais pelos Superiores, pela própria Igreja em que chegou
a ser Cónego da Sé Patriarcal de Lisboa, como várias cartas e artigos a eles se
referiram elogiosamente, em 19 de Dezembro de 1921, sido promovido pela
Juventude Católica uma homenagem à memória do padre Sena de Freitas.
Finalmente, em 26 de
Julho de 1968, foi elevado em Ponta Delgada, no jardim com o seu nome, uma
estátua a este ilustre polígrafo açoriano.
José Joaquim Sena de
Freitas, sem dúvidas modelo vicentino, imitado e seguido por tantos, sobretudo
pelos que vieram a formar as Conferências de São Vicente de Paulo, que fundou,
fez fundar, cuja o espírito vicentino propagador em Portugal, espírito até
então desconhecido.
Padre Sena de Freitas
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