PARA TI ... QUE SÓ AGORA ENTRASTE EM CONTACTO
A minha antecessora, Sr.ª D. Maria
Angélica Corte-Real,
teve a feliz ideia de um dia preparar um pequeno opúsculo que servia para todos aqueles que não conhecem a SSVP, não conhecem o trabalho que se faz e como se faz numa Conferência (célula base da nossa Sociedade) nos passarem a conhecer e, como tal, a amar o trabalho que fazemos a juntarem-se a nós neste mundo, por vezes tão adverso, em que vivemos e que tanta necessidade tem de amor.
teve a feliz ideia de um dia preparar um pequeno opúsculo que servia para todos aqueles que não conhecem a SSVP, não conhecem o trabalho que se faz e como se faz numa Conferência (célula base da nossa Sociedade) nos passarem a conhecer e, como tal, a amar o trabalho que fazemos a juntarem-se a nós neste mundo, por vezes tão adverso, em que vivemos e que tanta necessidade tem de amor.
Espero
que a experiência nos ajude agora a tornar esta 3.ª edição ainda mais simples e
com um incentivo que mostre bem o retrato do que estamos a fazer e como o
fazemos.
Esperamos que entendamos que, no mundo actual, já não é possível fazer o trabalho da forma como o fazíamos, como quando nascemos há 168 anos. Algumas das misérias d eentão repetem-se nos nossos dias, mas há muitas outras que foram aparecendo e se generalizando. A solidão é uma das maiores e aí nós podemos dizer presente e mitigá-la. A toxicodependência e todas as misérias que a acompanham não nos podem ser indiferentes. A tristeza dos sem abrigo, dos doentes sem visita nos hospitais, dos idosos isolados em lares, dos presos sem visita e ...
Em todos
os lugares onde houver um carenciado aí deve estar presente um vicentino. Que
Deus nos ajude a sermos capazes de deixar os nossos egoísmos e preconceitos e
darmo-nos com amor ao próximo.
Manuel Torres da Silva
Presidente do Conselho Nacional.
"2001"
SOCIEDADE
DE SÃO VICENTE DE PAULO
EVOLUÇÃO
NO MUNDO
1833 –
1.ª Conferência (Saint-Ètiene
du Mont)
em Paris
1834 –
Elaboração da 1.ª Regra
1841 –
Fundam-se 25 Conferências em Paris
e
30 no resto de França
1842 – A
S.S.V.P. entra em Itália
1843 – A
S.S.V.P. entra na Bélgica, Escócia e
Irlanda
1844 – A
S.S.V.P. entra em Inglaterra
1845 – A
S.S.V.P. chega aos E.U.A. e México
1846 – A
S.S.V.P. chega à Alemanha, Países Baixos, Suécia e Turquia
1847 – A
S.S.V.P. entra na Suíça e Canadá
1850 – A
S.S.V.P. entra na Áustria e Espanha
1856 –
Surge a 1.ª Conferência Feminina em Bolonha, fundada por Celestina Scarabelli
SOCIEDADE
DE SÃO VICENTE DE PAULO
EVOLUÇÃO
EM PORTUGAL
1859 – A
S.S.V.P. entra em PORTUGAL pela mão
de Padre Sena de Freitas, Padre
Miel, Conde de Aljezur e outros e
funda-se a primeira
Conferência
em Lisboa
1875 – É
fundada a 2.ª Conferência, no Funchal
1877 - É fundada a 3.ª Conferência, em Braga
1879 – É
fundada a 4.ª Conferência, no Porto
1887 – É
fundada a 1.ª Conferência Feminina, no Porto
1908 – É
fundada o Conselho Superior Masculino Português
e, posteriormente, funda-se o Conselho
Superior Feminino Português.
1976 – É
fundada o Conselho Nacional de Portugal, que
resultou da fusão dos Conselhos Superiores
Masculino e Feminino Portugueses.
A
ESPIRITUALIDADE VICENTINA É:
A espiritualidade cristã revelada por Cristo como
evangelizador dos pobres. É a espiritualidade cristã vivida por São Vicente de
Paulo que nos faz entender e conhecer o «Cristo Vicentino», aquele Cristo que
«caminhou e trabalhou como nós», Aquele Cristo sem ceptro e sem coroa, que não
está sentado sobre o globo, que suportou o peso da cruz de todos os que sofrem,
de todos que pecam, de todos que são pobres… e ressuscitou para nos oferecer a
Esperança.
Espiritualidade vicentina é a espiritualidade que levou
Ozanam a criar as Conferências de São Vicente de Paulo que colocam
cristão-leigos em permanente disponibilidade para aliviar o sofrimento e a
pobreza, despertando a vocação e missão da Sociedade de São vicente de Paulo.
AMAR E SERVIR A DEUS,
AMANDO E SERVINDO DIRECTAMENTE OS POBRES.
ERA UMA VEZ …
O jovem António Frederico Ozanam, aos 18 anos (1831),
deixou Lyon para frequentar em Paris a Universidade (primeiro Direito e depois
Letras, cursos em que, após as licenciaturas, veio a doutorar-se). Ficou
dolorosa e profundamente impressionado pelo clima anticristão, anticlerical e
anti Igreja que encontrou, especialmente no meio académico da Sorbonne, quer
entre os alunos, quer entre os professores.
Reagiu e protestou sempre aos ataques à Igreja o jovem
Ozanam, tendo marcado a sua posição de católico firme, de visão verdadeiramente
profética, tendo escrito, aos 18 anos, um artigo notável sobre a doutrina de
Saint-Simon (filósofo francês).
Desde então, como
escritor, historiador, jurista, político, jornalista e professos de Direito ou
de Letras, centrou as suas atividades e estudos em temas religiosos, sempre no
propósito de demonstrar o papel relevante, único mesmo, da Igreja de Cristo na
civilização humana.
Várias foram, aliás, as
experiências tentadas por Ozanam com esse propósito, nomeadamente nas
«Conferências de História», concluindo que todas estas se reduzem sempre a
teóricas e estéreis polémicas.
A publicação do artigo
«Palavras de um crente», da autoria de Lamennais, provocou acesas polémica nas
«Conferências de História», originando a conhecida pergunta – desafio então
lançado aos seus componentes: «Sem dúvida que a Igreja Católica tem tido uma
acção relevante ao longo da história dos homens, mas hoje ONDE ESTÃO AS PROVAS DA VOSSA FÉ? …», AO QUE Ozanam respondeu, por
sugestão de alguns dos seus amigos e companheiros: «Pois vamos aos pobres, como Nosso Senhor Jesus Cristo, pregar junto
deles o Evangelho». Ozanam concluía que era necessário agir, como o próprio
Cristo que Se tornou homem, aceitou ser ofendido, humilhado e torturado até à
cruz, para que entendêssemos que é preciso amar e servir todo o Próximo como
Ele serviu e amou.
Apenas se poderá
testemunhar o nosso AMOR A DEUS E PROVAR A NOSSA FÉ, de forma expressiva e
conveniente e, através da oração, da transformação em atos dos princípios de
justiça e caridade, de igualdade e fraternidade.
Humildes como os doze
Apóstolos, longe estavam Bailly, Letaillandier, Lallier, Clávé, Devaux, Lamache
e Ozanam de aperceber-se da universalidade da mensagem que em suas almas fora
gerada. E assim se funda, em abril de 1833, a primeira «Conferência».
Desde o início e por
iniciativa de Ozanam, a nova Sociedade foi colocada sob a dupla proteção de San
Vicente de Paulo (de quem tomou o nome) e da Virgem Maria.
COM HUMILDADE E ESPÍRITO
DE POBREZA, JUVENTUDE E ALEGRIA;
CRIATIVIDADE, DINAMISMO
E OUSADIA CENTRANDO
A SUA AÇÃO NA TRADICIONAL VISITA DOMICILIÁRIA;
NUNCA ESQUECENDO QUE A
SEU LADO
PODE ESTAR O «SEU PRÓXIMO»
(AQUELE QUE MAIS PRECISA DE NÓS).
ORGANIGRAMA
DA SOCIEDADE SÃO VICENTE DE PAULO
A AÇÃO DA SOCIEDADE
DE SÃO VICENTE DE PAULO (S.S.V.P.)
Desde a simples oferta
de «umas achas de lenha» - oferta inicial de Ozanam às famílias que primeiro
visitou em Paris – às ofertas de roupa, livros, medicamentos, ajuda na procura
de empregos e internamentos, visitas a lares, hospitais, cadeias, ou à fundação
das chamadas «obras especiais» (obras de ação especializada e individualizada:
lares de 3.ª idade; centros de dia; slas de estudo; cantinas; lares para
jovens; creches; infantários; jardins de infância; colónias de férias; etc), a
ação vicentina procura ser a resposta opurtuna para cada situação de sofrimento
ou pobreza que a detecta – resposta mais ou menos imediata, ou de simples
encaminhamento das situações mais difíceis para as vias possíveis de resolução,
inquietando consciências indiferentes, apesar de responsáveis, mas com
possibilidade de resposta à situações de pobreza e sofrimento.
A ação vicentina
preocupa-se com a promoção do homem na sociedade através de um sentimento de
afeto e respeito pela dignidade de cada pessoa, da oferta de amor, a que todos
têm direito, da compreensão e recetividade a uma confidência ou a um desabafo,
um conselho com uma palavra amiga, um olhar carinhoso, motivos de fé e de
esperança.
A S.S.V.P. CARATERIZA-SE PELA SUA ESTRUTURA
PRÓPRIA *
«CONFERÊNCIA»
Célula-base de toda a vida da S.S.V.P.
CONFERÊNCIAS – Unidade de base da sua ação direta, como escola, formação, santificação e
centro programador da ação perante os casos de pobreza detetados e analisados.
- Grupos de pessoas animadas por um espírito de fraternidade e simplicidade
cristã que, fazendo parte de um movimento católico internacional, terão sempre
presente a Regra da S.S.V.P.
- O objetivo das suas reuniões sará a santificação dos seus membros, sendo
a assistência material o seu fim secundário, tendo sempre presente o espírito
de justiça e caridade cristãs.
Como funcionam?
Num espírito de verdade
fraternidade, tendo como finalidade o aprofundamento do amor ao próximo,
seguindo em tudo a Regra da S.S.V.P., para que haja uma verdadeira unidade
entre todas as Conferências, em qualquer lugar do mundo em que se encontrem.
Ordem das Reuniões
- Oração da Regra
- Leitura Espiritual; comentário
- Leitura da ata da reunião anterior e feitura da ata do dia
- Partilha das experiências semanais das visitas domiciliárias, da ação
evangelizadora, junto das famílias visitadas.
- Coleta (secreta)
- Oração final.
DEVERES
VISITA DOMICILIÁRIA – É o serviço especial e direto, por ser a mais rica e mais completa forma
de relação pessoal e é considerado o processo tradiocional da atuação
Vicentina. Permite acompanhar junto dos assistidos a evolução da pobreza na
humanidade.
- Devem os Vicentinos (membros
da Conferência) em tudo estar ligados aos seus Conselho Particulares e
centrais, para que a S.S.V.P., seja una, só assim se compreende a inter-ajuda e
a inter-partilha de experiências;
- Deve existir um verdadeiro
espírito de amor, tendo sempre presente que a caridade começa para com aquele
que estrá ao nosso lado;
- Devem relatar (através de
relatórios, quadros estatísticos, etc) para os seus Conselhos Particulares (hoje
Zona) e Conselhos Centrais todas as experiências relevantes;
- Devem participar em todas as
reuniões e assembleias propostas pelos Conselho de que dependem.
CONSELHOS
- Coordenam, orientam,
dinamizam, estruturam, informam e formam a S.S.V.P., a cada nível.
OBRAS ESPECIAIS
- Fundadas, Geridas e mantidas pela S.S.V.P., que têm vida própria, tal
como infantários, creches, lares e centros de dia, roupeiros, cantinas, casas
de trabalho, etc., etc.
*- O suporte jurídico da S.S.V.P. em Portugal é assegurado pelas
Associações das Obras Assistências e das Obras Sociais.
ANTÓNIO FREDERICO OZANAM – FUNDADOR
1813 – 23 de Abril, em Milão,
então sob domínio francês, nascia António Frederico Ozanam, filho do médico
João António Ozanam e de Maria Dantas;
1816 – A família
transferiu-se para Lyon, onde Frederico Ozanam fez os seus estudos no Colégio
Real;
1831 – Foi para Paris por
desejo de seu pai, estudou direito;
1833 – 23 Abril. Fundou a S.S.V.P.,
formando a 1.ª Conferência da Caridade;
1836 – Doutorou-se em
direito;
1839 – Doutorou-se em Letras
(além do Francês dominou Inglês, Alemão, Italiano e Espanhol. Quis também
estudar hebraico e sânscrito);
1840 – Nomeado professor na
Sorbonne (Paris);
1841 – Casou com Amélia
Soulacroix (do casamento nasceu uma filha: Maria);
1853 – Faleceu a 8 de
Setembro, em Marselha;
1925 – Em 25 de Março foi
iniciado o processo da sua Beatificação;
1993 – Em 6 de Julho é
proclamado «Venerável»;
1996 – Em 25 de Junho o Papa
João Paulo II assina o Decreto de Beatificação;
1997 – Em 22 de Agosto
beatificação, em Paris, por sua Santidade.
PENSAMENTO DE OZANAM
Para que todo o apostolado seja abençoado pelo Senhor
uma coisa é necessária: as obras de beneficência. A bênção do pobre é a bênção
de Deus.
Aprendamos, na nossa visita ao pobre, que ganhamos
mais com esta do que com ele, porque a presença da sua miséria servirá para nos
tornarmos melhores.
A filantropia é uma mulher vaidosa que considera as
boas ações como uma espécie de adorno e que gosta de rever-se ao espelho.
A caridade é uma mãe carinhosa que tem os olhos
cravados no filho que leva ao seio, que não pensa em si e esquece a sua beleza
pelo seu amor.
Não é uma frágil o que necessitamos para nos servir de
apoio na nossa jornada terrena. Serão antes duas asas, dessas que os anjos têm:
A Fé e a Caridade.
Não vejamos nos nossos triunfos um fim, aceitemo-los
apenas como um motivo de estímulo.
SÃO VICENTE DE PAULO – PATRONO
A 24 de abril de 1581, em Pony, (hoje Saint-Vicent-de-Paul) na França, nascia
Vicente de Paulo, filho de modestos lavradores;
Estudou Teologia em Toulouse e foi ordenado padre em
1600 a 23 Setembro com 19 anos, obtendo diploma a Outubro 1604;
Viveu em Paris, foi preso e levado por piratas para
África, onde foi vendido como escravo, acabando o seu cativeiro com a conversão
do seu senhor, calvinista convertido;
Em 1612 é nomeado pároco de Clichy em París. Foi Capelão da Corte, assistindo a Luís XIII no seu
leito de morte, tendo sido preceptor da família dos Gondi;
Em 1643, fez parte do Conselho de Consciências;
Fundou em:
1617 a 25 Janeiro as Congregação da Missão ou "Lazaristas";
1617 a 23 Agosto as Confrarias da Caridade, cujo as associadas tomaram nome de "Servas dos Pobres" de certa modo gérmen das conferências Vicentinas e reconhecidas em novembro pelo bispo de Lião.
1617 a 23 Agosto as Confrarias da Caridade, cujo as associadas tomaram nome de "Servas dos Pobres" de certa modo gérmen das conferências Vicentinas e reconhecidas em novembro pelo bispo de Lião.
As Senhoras da Caridade hoje conhecidas como AIC .Associação Internacional da Caridade;
1625 a 17 Abril tem aprovação oficial a Congregação da Missão;
1633 23 Agosto a Congregação das "Filhas da Caridade", cujas raparigas recebem formação de Santa Luisa de Marillac (1591-1660);
1633 23 Agosto a Congregação das "Filhas da Caridade", cujas raparigas recebem formação de Santa Luisa de Marillac (1591-1660);
1638 a Obra das crianças abandonadas (por isso o
representam com uma criança);
1646 a Congregação "Filhas da Caridade", torna-se oficial pelo arcebispo de Paris;
1646 a Congregação "Filhas da Caridade", torna-se oficial pelo arcebispo de Paris;
1654 o Hospital do Santo Nome de Jesus em Paris;
1660 morre no dia 27 de Setembro;
1737 em Roma é reconhecida a sua Santidade;
1855 o Papa Leão XIII declara São Vicente de Paulo Patrono
de todas as Obras de Caridade.
PENSAMENTOS DE SÃO VICENTE DE PAULO
Vendo um dia a qualidade de víveres levados a uma
família necessitada, São Vicente de Paulo disse: eis uma grande caridade, porém
mal regrada. Estes pobres doentes, tendo tantas provisões ao mesmo tempo,
deixarão muita coisa perde-se e depois disto cairão na mesma necessidade.
A caridade não pode ficar ociosa, impele-nos a
procurar a salvação e o bem-estar dos outros.
Vou tratar destes pobres, para honrar neles a
sabedoria incriada de um Deus que quis passar por um louco.
Será permitido deixar de fome um pobre homem porque é
de outra religião? Sará precioso abjurar (renunciar uma religião), para comer.
O cristianismo não consiste em palavras e em
exterioridades, mas nos factos e nos corações.
A simplicidade não nos obriga a descobrir todos os
nossos pensamentos; porque esta virtude nunca foi contrária à prudência. Nunca
se devem dizer aos coisas que se sabem, quando são contra Deus ou contra o
próximo.
SOCIEDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO
- NO MUNDO -
Sem comentários:
Enviar um comentário