«Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Ajudar "pessoas em situação de pobreza", deve ser sempre um remédio provisório. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho» Laudato Si: página 88.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Vida de Ozanam (IX)


Ozanam dita como se defender a fé de uma forma cristã

Na Presidência da Conferência Literária do Círculo Católico, Ozanam pronunciou, perante o Arcebispo, D. Afre, e a pedido deste, uma conferência sobre “Deveres Literários do Cristão”. Desencadeara-se uma luta na imprensa entre partidos políticos e grupos religiosos, com destempero de linguagem, em ambos os lados. Ozanam mostrou como deve o católico proceder nesses casos. O discurso teve imensa repercussão e provocou inesperada e violenta repulsa do jornal católico “Universo”, o que muito contristou Ozanam.

Na sua investida contra Ozanam o jornal o acusava de fujão da luta católica. No entanto, Ozanam apenas apontava o Evangelho “como roteiro para a defesa da fé, no duplo amor da verdade e da caridade, da misericórdia e da paz. Devíamos lamentar, e não injuriar os incrédulos. E aos ateus, não mortificá-los mas tentar convencê-los. E à brutalidade de seus ataques responder com a lição de uma polémica generosa”. O Arcebispo apoiou e aplaudiu Ozanam.
 Ozanam convoca a juventude aos retiros preparatórios de Comunhão Pascal

Aproveitando o convívio que o Circuito Católico propiciava, Ozanam convocava a juventude para os retiros preparatórios da Comunhão Pascal, inaugurados em 1842, em Notre Dame, pelo Padre Ravignan, um grande orador. As pregações acorriam mais de seis mil homens, a maioria estudantes.

Após a comunhão cantavam um Te Deum, que emocionava todo mundo. Ozanam, tendo Cristo no coração, procurava os pobres de sua Conferência para visitar aqueles outros Cristos. Terminava assim sua acção de graças.

Assembleia Geral Regulamentar reúne confrades para examinar o bem realizado e o bem por fazer

Apesar das ocupações como Professor e Jornalista, Ozanam dedicava suas horas disponíveis à Sociedade de S. Vicente de Paulo, tendo nela incluído seu irmão Carlos. Com grande alegria, participou em Fevereiro de 1842 de uma das quatro assembleias gerais regulamentares. O salão não comportava os 600 confrades “reunidos para examinar o bem realizado e avaliar o bem por fazer”. O Relatório lido anunciava a existência de 2.000 confrades em Paris e nas Províncias, assistindo 1.500 famílias.

“Uma só coisa nos poderá deter: a alteração do nosso espírito primitivo”

Noutra reunião, Ozanam encabeçava para a comunhão delegações de 25 Conferências de Paris. Os confrades receberam do Prefeito, ouvido o Arcebispo, 600 mil francos, enviados pelas Conferências de Lião para auxílio às famílias flageladas pelas enchentes.

O patriarca de Antioquia, que presidia a sessão, exclamou: “Eis a França tão caluniada! Eis sua mocidade tão desconhecida!” Falando aos confrades, Ozanam disse: “Uma só coisa nos poderá deter: a alteração do nosso espírito primitivo”

Ozanam conquista a cátedra efectiva na Sorbona
Ozanam era apenas substituto do professor Fauriel. Falecido este, ficaria sem a cadeira. Precisava ser nomeado efectivo. Mas havia oposição dos adversários molestados com as suas magníficas afirmações de fé difundidas por ele em suas lições. E ainda se apegavam à sua juventude. Mas o renome adquirido pelo jovem professor consagrou-lhe a nomeação por decisão unânime do Conselho Universitário. E, assim, em Novembro de 1844 ele conquistou a cátedra efectiva na Sorbona.


A vitória de Ozanam excitou a ala voltaireana da Sorbona, que procurava embaraçar-lhe as actividades universitárias já com picuinhas, já com indirectas à sua pessoa. Na entrada da sala de suas aulas colocaram os dizeres “Curso de Teologia”. Ozanam respondeu sorrindo: “Eu não tenho a honra de ser teólogo, mas tenho a felicidade de ser cristão, com a ambição de pôr todas as minhas forças ao serviço da verdade”. Aplausos reboaram por toda a sala.

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