Ozanam dita como se
defender a fé de uma forma cristã
Na Presidência da
Conferência Literária do Círculo Católico, Ozanam pronunciou, perante o
Arcebispo, D. Afre, e a pedido deste, uma conferência sobre “Deveres Literários
do Cristão”. Desencadeara-se uma luta na imprensa entre partidos políticos e
grupos religiosos, com destempero de linguagem, em ambos os lados. Ozanam
mostrou como deve o católico proceder nesses casos. O discurso teve imensa repercussão
e provocou inesperada e violenta repulsa do jornal católico “Universo”, o que
muito contristou Ozanam.
Na sua investida
contra Ozanam o jornal o acusava de fujão da luta católica. No entanto, Ozanam
apenas apontava o Evangelho “como roteiro para a defesa da fé, no duplo amor da
verdade e da caridade, da misericórdia e da paz. Devíamos lamentar, e não
injuriar os incrédulos. E aos ateus, não mortificá-los mas tentar convencê-los.
E à brutalidade de seus ataques responder com a lição de uma polémica generosa”.
O Arcebispo apoiou e aplaudiu Ozanam.
Ozanam convoca a
juventude aos retiros preparatórios de Comunhão Pascal
Aproveitando o
convívio que o Circuito Católico propiciava, Ozanam convocava a juventude para
os retiros preparatórios da Comunhão Pascal, inaugurados em 1842, em Notre
Dame, pelo Padre Ravignan, um grande orador. As pregações acorriam mais de seis
mil homens, a maioria estudantes.
Após a comunhão
cantavam um Te Deum, que emocionava todo mundo. Ozanam, tendo Cristo no
coração, procurava os pobres de sua Conferência para visitar aqueles outros
Cristos. Terminava assim sua acção de graças.
Assembleia Geral Regulamentar
reúne confrades para examinar o bem realizado e o bem por fazer
Apesar das ocupações
como Professor e Jornalista, Ozanam dedicava suas horas disponíveis à Sociedade
de S. Vicente de Paulo, tendo nela incluído seu irmão Carlos. Com grande
alegria, participou em Fevereiro de 1842 de uma das quatro assembleias gerais
regulamentares. O salão não comportava os 600 confrades “reunidos para examinar
o bem realizado e avaliar o bem por fazer”. O Relatório lido anunciava a
existência de 2.000 confrades em Paris e nas Províncias, assistindo 1.500
famílias.
“Uma só coisa nos poderá deter: a alteração do nosso
espírito primitivo”
Noutra
reunião, Ozanam encabeçava para a comunhão delegações de 25 Conferências de
Paris. Os confrades receberam do Prefeito, ouvido o Arcebispo, 600 mil francos,
enviados pelas Conferências de Lião para auxílio às famílias flageladas pelas enchentes.
O patriarca
de Antioquia, que presidia a sessão, exclamou: “Eis a França tão caluniada! Eis
sua mocidade tão desconhecida!” Falando aos confrades, Ozanam disse: “Uma só
coisa nos poderá deter: a alteração do nosso espírito primitivo”
Ozanam conquista a cátedra efectiva na Sorbona
Ozanam era apenas substituto
do professor Fauriel. Falecido este, ficaria sem a cadeira. Precisava ser
nomeado efectivo. Mas havia oposição dos adversários molestados com as suas
magníficas afirmações de fé difundidas por ele em suas lições. E ainda se
apegavam à sua juventude. Mas o renome adquirido pelo jovem professor consagrou-lhe
a nomeação por decisão unânime do Conselho Universitário. E, assim, em Novembro
de 1844 ele conquistou a cátedra efectiva na Sorbona.
A vitória de Ozanam excitou a
ala voltaireana da Sorbona, que procurava embaraçar-lhe as actividades universitárias
já com picuinhas, já com indirectas à sua pessoa. Na entrada da sala de suas
aulas colocaram os dizeres “Curso de Teologia”. Ozanam respondeu sorrindo: “Eu
não tenho a honra de ser teólogo, mas tenho a felicidade de ser cristão, com a
ambição de pôr todas as minhas forças ao serviço da verdade”. Aplausos reboaram
por toda a sala.
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