«Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Ajudar "pessoas em situação de pobreza", deve ser sempre um remédio provisório. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho» Laudato Si: página 88.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

COMO SE VIVE DO RELENTO!


Foto de Teixeirado Czgn Porto.

Como vicentino direi que se trata de um entre umas um caso que o Estado não tem capacidade física nem moral de intervir. Dizia-nos São Vicente de Paulo:   
«Quando o egoísmo sob qualquer nome se manifeste, procura isentar os indivíduos do dever de assistência para colocá-los nas mãos do Estado, a caridade legal não passa de uma ficção legal, que primeiro engana os povos e depois os arruína». cito: Javier F. Chento-CM.
Continuamos no dilema de hoje, o pobre faz da rua, do portal a sua residência natural; encontra-se chateado das companhias; ou das seus familiares; ou da sua vida quiçá por motivos de separações conjugais; dos amigo e dos inimigos também e, vivem assim; num canto, envolvidos em mantas, escondidos de nós de todos... vive no relento. 
Como se podia não resolver «porque pobres teremos sempre» minorar estas situações ?
O que será uma renda?:
É dinheiro?  É um favor? 
É uma decisão que se toma como uma contrapartida de um bem imobiliário que se arrenda para angariar certos lucros imobiliário ou um bem, juros, acções... Mas consideremos a primeira a mais correta. Não me refiro a este termo economicista mas um outro arrendamento caris evangélico; empresta-se o que Deus nos faculta, nos confia para viver sim,não é nosso e um dia deixamos cá tudo mas, o pensar o dia de amanhã poderá ter várias interpretações próprias...
A renda de um vicentino não é monetária é fazer render o peixe pescado que depois é distribuído é também fazer render (dando uma esmola devolvendo a dignidade) a que toda a pessoa tem direito de ser colocado no centro da vida e do poder, é fazer render com sobriedade tudo aquilo que Deus nos empresta para vivermos com dignidade para a qual poderíamos ajudar "o homem de relento" era que devíamos, como exemplo (não de miséria) mas de ter uma vida um pouco mais de pobreza, não fazia mal nenhum,  pois só viver uma viva de pobreza leva, transporta a vida de Deus a beira dele, com ele para junto dele e, nestes casos:  "ver", "cuidar" "decidir" pode fazer diferença, uma  caridade "Misericórdia" praticada na Sociedade de São Vicente de Paulo numa sociedade civil melhor com dignificada. 
Sei que não é fácil, à SSVP-Porto não tem maus a medir e sei que também quem nos podia dar a mão remete-se aos silêncios. Silencios que F.O. nos aponta como exemplos como não devia-mos praticar, direi; receios do confronto, da decisão, mas os desafios de SVP  e F.O., nao cairiam em saco roto... 
E assim, os amigos, os melhores-amigos dormem escondidos, ao frio e relento do tempo que Deus criou, o frio.
Como vicentino, ultimamente tenho debatido por esta situação de falta de lares mas sinto-me impotente sou no meio disto tudo uma espécie de rato que não consegue alcançar uma montanha.
A tal montanha de: ver, ouvir, decidir. Na sociedade civil temos tanta necessidade de lares para pobres e não há. No Porto temos a Casa Ozanam Lar Residêncial, que não chega para as encomendas, excelente obra de Deus confiada aos homens.
Muito recentemente o Papa Francisco lançou o repto para que os imóveis livres não sejam vendido para hotéis.  Por outro lado os pobres dormem na rua. Os doentes estão em casa horas a sós, entregues a si. Há pessoas pobres que são assistidas e não há um vicentino ou vicentina oferecer-se para pelo menos uma vez por semana cuidar, acompanhar um doente em casa. 
E, entretanto há os que consegue romper com as reservas, dos fundos, ou depois logo se ve quem vai pagar.  E os pobres?
E os pobres são lixo, fazem parte na contagem das estatísticas.
Eu não me conformo com este situacionismos. 
«A melhor forma para eu não fazer nada é: não me peças nada, nem um favor, não vi e não sei de nada.»  Frederico Ozanam, tem toda a razão...   

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