«Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Ajudar "pessoas em situação de pobreza", deve ser sempre um remédio provisório. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho» Laudato Si: página 88.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Conferência vicentina uma comunidade de fé esperança e caridade.

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      Fazer parte de uma conferência Vicentina é um magnifico presente de Deus. É lá que podemos praticar a bela fé católica, fazer amigos sinceros, conhecer pessoas novas, ajudar a quem precisa e aprimorar nossa condição espiritual. Só há benefícios para quem dela participa, pois nos tornamos cristãos melhores ao buscar uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. Também os socorridos são extremamente favorecidos, ao receber uma mão amiga nos momentos de sofrimento e desespero.
      Portanto, qual é a mística das Conferências Vicentinas? O grande segredo delas é que, devido à inspiração divina, as Conferências são verdadeiros locais para a prática da fé, da esperança e da caridade. Em outras palavras, as Conferências são comunidades de fé, esperança e caridade. Podem ser assim definidas, pois contemplam Cristo no rosto do Pobre, executando um serviço concreto e prático, em coordenação e amizade entre os membros.
      Alem das obras assistenciais, a acção vicentina acontece no âmbito das Conferências, que são pequenas comunidades formadas por homens (confrades) e mulheres vicentinas, que se reúnem, semanalmente, para crescer na espiritualidade e servir ao próximo. É na Conferência que os vicentinos meditam se estão realmente vivendo, com devoção e entrega, o gesto evangélico de ajudar aos irmãos que vivem em situação de pobreza (material, moral, psicológica ou espiritual).
      As Conferências são “comunidade de fé” porque levam a Palavra de Deus para fora (momentos das visitas junto aos assistidos) e para dentro (reuniões semanais) da entidade, valorizando a visa sacramental e a participação ativa na Igreja. Cada vicentino, em todas as reuniões, aperfeiçoa a vida interior por meio das leituras espirituais que preenchem o espírito e renovam o olhar sobre a fé. Além da reunião, há ainda os retiros e eventos espirituais promovidos pelos Conselhos que oferecem inúmeras oportunidades de desenvolvimento na fé. Portanto, fica claro que as Conferências são comunidades autenticas de fé, a serviço dos irmãos.
      Cultivando a fé, acreditamos e vivenciamos a Santíssima Trindade: o Deus criador (que é o Pai), o Deus Salvador (que é Jesus Cristo) e o Deus Santificador (que é o Espírito Santo). E pela prática da fé, compreendemos a verdade que vem do Altíssimo, alimentado nosso espírito e testemunhando a Boa Nova a todos que nos rodeiam.
      As Conferências são também “comunidades de esperança”. Isso fica bem explícito no momento da visita domiciliaria, quando os confrades e as vicentinas estimulam os assistidos a confiarem na Providência Divina, no valor do trabalho e na certeza de que sairão do momento delicado em que vivem, sempre com Deus ao lado. O papel do vicentino é este: mostrar aos irmãos mais necessitados que só é possível vencer os desafios da vida “com Deus no comando”, guiando os passos e mostrando os caminhos. A esperança é tão forte no seio vicentino que o lema do Conselho Geral Internacional é “servindo na esperança”. Como se percebe, as conferências são evidentes “comunidades de esperança”.
      A esperança é a virtude que nos ajuda a desejar e a esperar tempos melhores em nossa vida (aqui na Terra) e a ter a segurança de que conquistaremos a vida eterna, isto é, nossa felicidade nos céus. O vicentino, ao se tornar amigo dos Pobres, também dirige a eles essa mensagem de esperança e confiança no senhor.
      As Conferências são, por natureza, “comunidades de caridade”, pois a razão principal da existência da sociedade de São Vicente de Paulo – e dos demais ramos vicentinos – é a prática da caridade integral, baseada nos Evangelhos e no amor de Cristo. Assim, as Conferências são o lugar ideal para se praticar a caridade e o

amor, entre nós, vicentinos e com os necessitados. Essa dupla dimensão da caridade vicentina (com os Pobres e entre os membros da SSVP) fortalecer o carácter missionário e leigo da entidade, atingindo cada vez mais pessoas e levando a mensagem salvadora de Jesus sacramentado para todos os lados.
      Sobre a caridade, vale a pena recordar que o amor a Deus e o amor ao próximo são a mesma coisa, de modo que um (amor) depende do outro (amor); por isto, quanto mais amarmos ao próximo, nas Conferências Vicentinas, mais amaremos a Deus; e, por sua vez, quanto mais amarmos a Deus, mais amaremos ao próximo. Reside aí o cerne da “comunidade de caridade” da qual fazemos parte.
      Em resumo, as Conferências são, assim por dizer, as legítimas “comunidades das virtudes teologais”, pois lá se pode praticar a fé, a esperança e a caridade, elementos que nos conectam directamente a Deus. Pela fé, reconhecemos a santidade de Deus; pela caridade, mostramos essa santidade ao mundo e conquistamos nossa santificação; e pela esperança, espalhamos a alegria do porvir, que seguramente será ao lado de Deus.
      Assim, é missão de todo confrade e vicentina dar o testemunho de que as conferências Vicentinas são, de facto, comunidade de fé, esperança e caridade, dentro de uma espiritualidade leiga que tem como objetivo servir aos mais Pobres dos Pobres. Somos muito abençoados por fazer parte de uma Conferência Vicentina! Uma pergunta para reflexão: nossa Conferência é realmente uma comunidade de fé, esperança e caridade, ou se reduziu a um agrupamento de pessoas de bem que exercem um activismo social?
Crónicas vicentinas de; Renato Lima, Cgi



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