«Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Ajudar "pessoas em situação de pobreza", deve ser sempre um remédio provisório. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho» Laudato Si: página 88.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

PEDRO JORGE FRASSATI

Modelo Jovem Vicentino do século XX
04 julho 1925

A 6 de abril 1901 em Torim-Itália, nasce Pedro Jorge Frassat que ao longo da sua vida curta marcou os seus companheiros quer pelos seus exemplos de caridade quer pela sua palavra de honra, pelo seu carater de nunca dar o dito pelo dito, jovem alegre e bem-educado onde os seus pais souberam transmitir e que ele respeita religiosamente. Ainda muito jovem com idade 24 anos no dia 4 de julho de 1925 partiu definitivamente para o Pai. Este ano em celebração recordamos 93 anos sobre a falecimento considerado um Modelo Vicentino.
Seu pai foi diretor do jornal «Lá Stampa» e embaixador de Roma em Berlim. E de uma mãe admirável que nele soube incutir o culto da verdade, simpatia e virilidade apreciada por todos seus amigos.
O que marcou pessoalmente como vicentino foi aos 17 anos entrou para a Conferência S. Vicente de Paulo nos Padres Jesuítas do Instituto Social e dali passou para o Círculo Universitário. Para todos nós vicentinos, nos dá grande prazer é tomar conhecimento de algumas partes do seu percurso desde criança até jovem que não ultrapassou duas dúzias de anos e que para os nossos vicentinos jovens de hoje, servira de grande exemplo de vida Cristã pela sua simplicidade, sabedoria, humildade e serviço aos pobres, não regateava esforços. Foi um Jovem que se dedicava muitas horas à oração do terço e vigília noturna e ao jejum. Ainda na montanha observava escrupulosamente o jejum.  Numa excursão durante a quaresma jejuou ao modo clássico, no dia em que devia guiar uma leva de alpinistas menos experimentados. Fizeram-lhe observar que seria melhor ter comido: com aquela saúde, com aquele estômago…
- Mas atalhou ele ironicamente – se não jejuam os fortes e os são, quem há-de jejuar?...
Mas depois de devidas insistência, acabou por comer, lá seguiram.
Recuemos agora aos tempos de criança e adolescente.

Um dia acorda estremunhado e saído debaixo do cobertor que o cobria chega á sala onde se encontrava a sua mãe.
Esta admirado pergunta-lhe:
- Dodo, que foi?  (1)
- Mamã! Jesus era órfão?
E os olhos rebentam-lhe em lágrimas enormes. Ouvira com certeza falar de que Nosso Senhor enquanto Deus não tinha mãe, enquanto homem não tinha pai e esta verdade do catecismo que todos nós aprendemos sem surpresa, nele, por uma intuição infantil deveras original, produzira este desabafo de ternura.
Admirada, comovida, a mãe teve um repente feliz:
- Não, meu filho, Jesus não é órfão…
- Então Ele tem pai?
- Ate tem dois: um no céu, outro na terra.
Já de rosto desanuviado, ficou num sino e bem-disposto voltou a adormecer.

Na véspera de Natal, já com 12 anos idade, uma tia paterna deu-lhe 50 liras, recomendando-lhe que as pusesse a render. Chega a casa com as moedas que pesavam muito, foi ter com uma criada da casa, mãe de família e num sorriso de ventura disse-lhe:
- Tome lá e compre alguma coisa para os seus filhos. Era um modo original de pôr as 50 liras a render.
Foi assim que agia de igual maneira com Frau Daniele, uma velha criada alemã, acamou. Perguntava-lhe se precisava de alguma coisa? Ele lá dizia; deixe, eu vou buscar.
Fazia isto a uma criada de serviço idosa e com as suas cismas, como o faria ao pai e à mãe. Uma delicadeza solicita, pronta a dar-se e a prestar serviços – tal foi um dos carateres mais amáveis desta criança eleita.

(1) Nome familiar de ternura.
Estes são alguns pequenos excertos de vida retiradas da sua biografia, autor: E. Vasconcelos-Livraria Apostólico da Imprensa Porto.
Estamos no princípio do século XX, na nossa era para muitos, mas para os mais novos, será pouco conhecida a sua história embora haja referencias, breves do livre de Modelos Vicentinos.
Conta na sua biografia várias histórias da sua passagem e convivência com os Padres Jesuítas, que marcou a sua participação e ação de vicentino. Algumas vezes era visto de terço na mão a rezar na igreja. Com os seus amigos nas suas incursões pelos montes nas aventuras de alpinismo e escalada, era nesses meios da neve que meditava, jejuava a descobrir Deus. Era um jovem franco e de palavra uma delas serviu-se a bom uso a amizade dos seus amigos, que tantos bons exemplos de sinceridade, honestidade firma da palavra dada e percorrendo de fugida, a sua atividade vicentina o absorveu porque, conforme afirmava e fazia mais bem aos seus amigos vicentinos do que aos pobres. A um tipógrafo amigo, que se lhe queixava do desânimo de certos operários modernos, angustiados por grande miséria morais, observava-lhe: «Olha para se curarem, seria bom que fizessem a visita aos pobres».


Eis o texto da lápide, na Igreja da Crocetta (paróquia de Nossa Senhora das Graças) – Turim:
VI abril MCMI – IV julho MCMXXV
Pedro Jorge Frassati
Apóstolo da caridade, aqui na oração e união eucarística cotidiana, conseguiu luz e força para combater o bom combate, realizar o curso da vida e responder sereno à inesperada chamada de Deus, como bom soldado de Cristo.


Recordação e estímulo aos rapazes.

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